Algumas não-resenhas literárias (03/31)

Esse ano está sendo complicado esse negócio de leitura. Quem me acompanha no snapchat (gabrielacouth, como em todos os outros lugares) sabe que eu só posto merda já soltei o segredo da vida. Se quer ter um ano bom de leituras, não se case. Eu e MB estamos com uma lista de livros lidos que nos enche de vergonha, porém organizar um casamento não é das coisas mais fáceis. Imagina ter um filho.

Esse ano eu li sete (SETE1!!!!!11) livros. Apenas um foi horrível, todos os outros foram bons, e alguns vários incríveis. Mas vou falar só sobre alguns.

Já disse aqui várias vezes que não sei fazer resenha: acabo contanto a história, me perco, pontos cruciais da história acabam me passando desapercebido, e o pior, raramente percebo metáforas. Foi lendo essa resenha de minha Passarinha que entendi direito porque amei Paper Towns. Às vezes preciso que as pessoas leiam e me expliquem porque eu gostei (ou não) do livro. Então vão aqui alguns highlights de leitura desse ano, até agora, com um bônus da grande leitura incógnita do ano passado.

Landline - Rainbow Rowell




É um livro que era para ser um YA, mas que trata sobre casamento de uma forma tão estranha que acho um pouco melhor chamá-lo de só A mesmo (veja bem meu vasto vocabulário de adjetivos: estranho). A protagonista é casada há vários anos com um cara, que um belo dia ela foi apaixonada, mas que hoje não tem a menor ideia do que faz e por onde anda. E eles moram na mesma casa. Eles se separam e ela não percebe, e acha melhor ficar negando do que tentar resolver o problema (quem nunca).

Em alguns momentos, me identifiquei com a Georgie, mas em vários outros quis esfregar a cara dela na brita. O relacionamento confuso até o último momento com o melhor amigo, o ciúme que ela provoca no marido sabendo que está fazendo, e principalmente a falta de conhecimento que ela tem das próprias filhas. O que acaba naquele grande ponto de ser adulto de verdade: você trabalha tanto para ter sucesso e dar uma vida confortável aos seus filhos que você não sabe, na verdade, como eles são. Acho ótimo a Georgie ser uma mulher independente e bem sucedida, determinada a fazer o trabalho dos sonhos, mas ao mesmo tempo, acho ela pura e simplesmente egoísta. Enfim. Não sei. No fim das contas, sequer sei se gostei. (acabei marcando duas vezes no Skoob, um com dois e outro com três pudinzinhos hahahahahahaha, tão eu que eu nem sei) 



Jellicoe Road - Melina Marchetta


Coloquei vinte e cinco estrelas no meu caderno de leituras, porque como amei esse livro. Tive vontade de ler depois que a Irena havia indicado no blog, e comecei a ler um tempo atrás, mas parei. Não sei porque, já que na hora que retomei a leitura, acabei devorando o livro.

Aí me aconteceu algo que às vezes acontece quando eu estou amando muito, e consequentemente, lendo rápido demais. Eu perco algumas coisas. (Por exemplo, lembro claramente de estar lendo HP 7, e simplesmente ignorar o fato de existir um dragão no Gringotes, percebendo apenas que eles estavam VOANDO num dragão quando eles já tinham caído no lago ????)

Eu estava amando Jellicoe Road. E eu perdi o ponto principal do livro. Páginas depois, quando relembram a grande revelação, eu quis jogar o kindle pela janela, porque não tinha percebido. Mas enfim. É um YA denso e de drama, nada de leitura fácil e deliciosa. Muito bem escrito, com personagens muito críveis, e um pano de fundo meio sem propósito que só serve para colocar a história para frente, enquanto a real shit começa a acontecer. É aquele tipo de livro que você julga cheio de pontas soltas, mas que quando você percebe, está tudo super conectado e entrelaçado.

E, como a Irena falou, não é apenas um simples YA que foca no romance e nas descobertas dos adolescentes para se tornarem pessoas melhores. É um livro que trata sobre família, de perceber de onde você vem, de tentar ser uma pessoa melhor. Fiquei morrendo de vontade de ler tudo que a Melina já escreveu depois de ter lido esse.



Bônus: The Magicians - Lev Grossman


Eu já falei no vídeo dos melhores do ano, e até agora não sei se gostei de The Magicians. Num primeiro momento, nunca me senti tão compreendida como quando li o começo desse livro. Ele conta a história do Quentin, que era obcecado por Nárnia (que no livro se chama Fillory) quando era menino, e até agora ainda não superou muito bem o fato de o mundo não ser mágico. Talvez por nunca ter desistido, ele acaba indo fazer uma prova no Brooklyn e é chamado para o teste de aptidão de uma faculdade de magia, tipo Hogwarts (que no livro se chama Brakebills). Então tudo que ele sempre sonhou se torna realidade, e ele pode virar um mago.

Só que na verdade, o Quentin nasceu na nossa geração, então passado dois semestres da faculdade ele já está entediado e querendo morrer por ter escolhido essa história patética de ser mago. O livro tem uma falha de falta de ritmo (ou eu tenho uma falta terrível de ritmo de leitura): enquanto o começo é eletrizante e uau e meu Deus e não acredito, ele acaba condensando praticamente todos os anos da faculdade em episódios raros. Pensando bem, é exatamente como é a faculdade em si: um primeiro semestre super excitante e cheio de novidades, e vários anos que se arrastam enquanto tudo que você quer é sair dali, até que você chega no mundo real e tudo que você queria novamente era a vida mole de estudante.

E o Quentin, desinteressado e apático 98% do tempo, não sabe muito bem o que está fazendo ali. E a história não sabe que rumo está indo. Então, depois do que pareceram ser 400 páginas de dias e mais dias em vão na faculdade, ele e um grupo de amigos finalmente chega em... Fillory! Que no fim das contas é real! Mas aí o Quentin já está tão de saco cheio da piada que é ser jovem, não acha nada demais, e acaba sendo um saco, como tudo na vida dele. Ou seja, nível de identificação ultrapassa um milhão.

The Magicians, no fim das contas, parece uma introdução enorme e bem desnecessária do resto da trilogia. Terminei o livro dando graças a Deus, porque juro que achei que ele não fosse acabar nunca. Mas então, olhando em retrospecto, percebo como me identifiquei e amei. Entretanto, comprei o volume dois, li dois capítulos e lembrei de tudo porque tinha odiado (o Quentin, sendo o motivo principal). Ou seja. Menor. Ideia. Mas quero ler o livro dois ainda esse ano.

Por favor, alguém lê e vem me explicar. Obrigada.



> Estou participando do BEDA, que consiste em postar todo santo dia do mês de agosto, firme e forte com minhas amigas da Máfia. Entretanto, um dia nos propomos a responder perguntas, então, por favor, se vocês querem me perguntar qualquer coisa, vão me perguntando! Pode ser via twitter, comentário, email, insta, sinal de fumaça. Obg.





  1. Amiga, não tinha lido nenhuma sinopse do "Ligações" ainda até semana passada, quando li a "resenha" dele em um blog que jogou spoilers a TORTO E A DIREITO e acabou me dando preguiça. Cês sabem que eu já não vou muito com a cara da Rainbow, e acho que não vou caçar sarna pra me coçar com esse livro não.
    Quero ler o Jellicoe, mas acho que vou esperar sair em português.
    Me matei de rir de você esperando alguém ler pra te explicar por que que você gostou. Isso é TÃO a sua cara <33333

    Te amo muito!

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  2. Não li nenhum deles ainda, só o Landline eu conhecia e tá na lista dos livros pra ler (infinita)!!
    Casar dá um trabalho imenso mesmo, tudo para por aquele dia incrível! Mas vale muito a pena! Aliás, o seu valeu muito a pena! (acompanhei tudo pelo instagram ♥)
    Eu tô numa ressaca literária infinita que não sai de mim há uns dois meses. Estava estudando pra um concurso e mesmo depois da prova, não consegui achar um livro que me prendesse. Socorr.

    Mas já anotei tudinho daqui pra leituras futuras!

    Beijo.

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  3. >>> As vezes eu também preciso de alguém pra me explicar porquê gostei ou não gostei das coisas. ô vida! hhahahahaha

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  4. Acho incrível a capacidade de vocês de acharem livros tão legais e ~diferentes~, ou sou eu que não presto muito atenção nas coisas mesmo. Prometo que quando eu ler o último (se eu ler, hehe) eu te conto porque tu gostou ta? Hahahaha <3
    Amiga, ja falamos sobre essa coisa de perder fatos interessantes, né? É REAL. E só pode ser um fenômeno ou, no mínimo, um bom tema para um estudo antropológico, porque não é possível. :(((

    Beijos <3

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  5. Landline me conquistou pela capa bela e porque eu me interesso por tudo que tenha o dedo da Rainbow, mas confesso que não estou lá tão empolgada para a leitura. Já Jellicoe Road eu balancei no lustre de felicidade no dia que ele estava nas ofertas da Amazon super barato, disse que seria o próximo livro, mas até agora... nada? Mas tenho mil expectativas positivas.

    Já o Magicians ainda preciso ler pra você descobrir se gostou ou não hahaha ansiosa pra debater a respeito, e a sinopse me interessa bastante. Vamos descobrir juntas <3
    te amonhoimnhoimm <3

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  6. Amiga, se servir de consolo, eu também li pouquíssimos livros e olha que nem tenho um casamento pra organizar (uma pena, risos). Obviamente não li nenhum desses livros, mas quero todos porque sim. E por favor, me abraça. Que alegria é ter uma amiga que também perde o ponto das coisas e só percebe que perdeu um tempo depois. Que tristeza ser assim, mas que alegria ser assim com outra pessoa (?).

    amo você <3

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  7. Meu amooooor, che-gay <3 (???)

    Fiquei aqui MORRENDO pra ler Jellicoe Road (igualzinha quando você me falou dele antes de ler e eu fiquei morrendo de vontade). Tô com a janelinha da amazon aberta aqui e uma viagem de 15h pela frente, me segura miga.

    Também PRE-CI-SO ler Magicians. Pela sua análise, o próprio ritmo do livro parece ser uma metáfora da nossa geração e da nossa vida e quero agora, buá.

    Acho que vou tentar comprar essa trilogia enquanto estiver lá, porque estava olhando aqui e esses livros são muito caros pro kindle, deus-me livre. Depois, se não desenvolver nenhuma conexão cósmica que me dê a necessidade de guardá-los pra sempre, eu dou pra alguém (I'm looking at Chica, nossa #soul #mate).

    Te amo tanto que quero chorar <3

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  8. Amiga,

    Eu levo bem a sério a sua opinião sobre livros. Inclusive, elas geralmente batem com as minhas — a gente ainda precisa discutir a problemática da Margo, de Paper Towns, aliás. Fiquei muito curiosa com Landline, porque gosto da escrita da Rainbow, então vou dar uma procurada (principalmente pra ver se nossa opinião vai bater de novo). Nunca tinha ouvido falar dos outros dois, mas o segundo me deixou muito curiosa, já até adicionei no skoob.

    Beijo!

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  9. Hahahaha adorei Couth! Quero MUITO ler Landline porque curto muito a Rainbow e você me deixou com a maior vontade de ler Jellicoe Road! Soube que a Editora Seguinte vai lançar em português esse ano.

    Beijo.

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25 anos. Mora no Rio de Janeiro, é carioca de alma, mas cearense de coração. É designer e está tentando se encontrar nesse mundo. Sou casada com meu melhor amigo, o Marcelo Bernardo, e mãe da Dindi the Boston.

Gosto de ler, de dormir de rede, de inspirações repentinas e de petit gateau. Mas o mundo seria muito melhor sem aliche gente que fura fila. Ah, e de vez em quando eu desenho.

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