Dois mil e dezeseja

Ou outro trocadilho horroroso da vez

(só eu acho um pavor essa história de trocadilho meio poema? Tipo dois mil e doce, Ser-tembro, Ferve-reiro, dois mil e ter-se, (a)mar o mar, etc?)

2016 começou como uma força da natureza, atropelando tudo que vinha pela frente, eu incluso. Pelo menos me senti assim nessa primeira semana, como quem pega o bonde andando. Não que isso seja ruim, muito pelo contrário: começar o ano com esse pique, uma energia diferente que eu nem sabia que existia, uma subida super alta em super pouco tempo.

Barra-Nova é assim sempre ok beijos
Não costumo fazer textos de retrospectiva aqui (nem em qualquer outro lugar), mas costumava escrever no meu diário (por que todo mundo só chama de journal?) sempre no primeiro dia do ano. Agenda nova, tudo limpinho, e aquela primeira página esperando para você encher de sonhos e vontades. Minha agenda desse ano é da koreia e ela já começou em dezembro do ano passado, que é um pouco o que eu sinto que foi 2016 também.

Depois de um 2015 muito difícil, com um montão de percalços, um sem-fim de saudades, o fim do ano tranquilo era um sossego no meu coração ansioso. 15 dias de praia e tranquilidade no fim de 2015, e mais 15 dias no início de 2016. Mas a vida deu um twist e terminou a temporada antes com um cliffhanger, e do nada, dezembro já parecia um novo começo, e janeiro parece que tem meses. Embora a temporada na praia tenha sido drasticamente reduzida, acho que ela serviu para algumas coisas, especialmente para olhar para si. Percebi que, embora realmente não me identifique com Fortaleza e me sinta um estranho no ninho onde nasci, que meu apartamento e a casa de praia continuam inabaláveis. Entendo a vontade do meu irmão de chegar no aeroporto e pegar o carro direto para a Barra-Nova: não existe um sentimento de raiz tão forte como naquela praia. Sim, sinto falta de casa. Mas minha casa, definitivamente, não é Fortaleza.

Minha mãe, muito sábia, falou que 2015 havia sido bem difícil, mas que alguns anos são assim: anos de plantio. A gente vai fazendo tudo no escuro, sem saber no que vai dar, lotado de insegurança e aflição, semeando o que a gente nem sabe. Aí, numa virada de ano, vem o ano da colheita. Não sei se em 2016 irei continuar plantando ou se já começarei a colher, mas, de qualquer forma, estarei aqui.

E para não dizer que 2015 foi só o terror, eu:

1. Casei
2. Fui morar com meu melhor amigo
3. Mostrei a cidade onde eu vivi para as minhas melhores amigas
4. Percebi que o Rio é minha casa
5. Dancei até de manhã
6. Realizei meu sonho e assisti ao show da minha adolescência
7. Abracei a adolescência tardia e pintei o cabelo de rosa
8. Superei (parte das) minhas inseguranças, e abri meu negócio de convites personalizados

E que em 2016 eu quero:

1. Acreditar mais no meu trabalho
2. Colocar para frente meus projetos de quadrinhos e zines
3. Desenhar mais
4. Ser feliz!
5. Dindi

Acho que tá bom, né?






25 anos. Mora no Rio de Janeiro, é carioca de alma, mas cearense de coração. É designer e está tentando se encontrar nesse mundo. Sou casada com meu melhor amigo, o Marcelo Bernardo, e mãe da Dindi the Boston.

Gosto de ler, de dormir de rede, de inspirações repentinas e de petit gateau. Mas o mundo seria muito melhor sem aliche gente que fura fila. Ah, e de vez em quando eu desenho.

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