Sobre escrever todo dia por um mês (31/31!)

Então é isso! É tetra!!! Não existem palavras para descrever a sensação de finalmente ter terminado um projeto como esse. Foi intenso foi, foi bonito foi (corta a música cafona), mas também foi terrível. Na primeira semana eu escrevia todos os posts todos os dias, me forçando a pensar em alguns assuntos, e tentando e falhando sempre os comentários nos posts das amigas. Na segunda semana, o pânico: era uma obrigação terrível, não sabia mais o que fazer, odiava tudo que eu escrevia, acordava no meio da noite preocupada sem saber se tinha postado ou não.

Pensei em desistir na segunda semana, mas minhas amigas me deram força e ideias, e assim, de repente não mais que de repente, depois de duas semanas escrevendo e postando todos os dias (não consegui planejar um mísero post no começo), num sábado de madrugada consegui adiantar 7 posts. Sim, de uma só vez, faltando apenas algumas imagens aqui e ali para preencher.

A rotina é uma faca de dois legumes, pois se ao mesmo tempo traz a estabilidade, às vezes enche o saco da gente. E ter os posts programados me deram uma alegria e uma motivação para continuar; faltando tão pouco, não tinha como desistir, certo? Errado. Já pelos vinte dias, cada uma teve o seu momento de fraquejar, de odiar tudo, de querer morrer, etc. Mas sobrevivemos. Com muitos memes, listas, posts intermináveis de série, posts mais intermináveis ainda sobre livros.

A sensação é boa: consegui concluir alguma coisa nessa vida. Me propus a escrever um post por dia e foi o que fiz em 70% do tempo desse BEDA, e, como um passe de mágica, voltei também a desenhar, e voltei na mesma medida a ter ideias. Já falei aqui sobre a minha paixão de escrever ficção, e depois de tantos anos apenas vivendo de saudade, comecei a colocar alguns projetos para frente, voltar a me ligar nas ideias que tinha proposto, e deixar a mente divagar. Foi o BEDA que proporcionou isso? Ou foram as aulas que me obrigaram a desenhar? Ou foi o fato de eu sempre ter as minhas melhores ideias andando de ônibus? Não sei, quem sabe.

Eu lembro de ler, há muito tempo, o Philip Pullman falando sobre escrita, e isso me marcou desde aquela época. 
I was sure that I was going to write stories myself when I grew up. It’s important to put it like that: not “I am a writer,” but rather “I write stories.” If you put the emphasis on yourself rather than your work, you’re in danger of thinking that you’re the most important thing. But you’re not. The story is what matters, and you’re only the servant, and your job is to get it out on time and in good order. 
The most valuable thing I’ve learned about writing is to keep going, even when it’s not coming easily. You sometimes hear people talk about something called “writer’s block.” Did you ever hear a plumber talk about plumber’s block? Do doctors get doctor’s block? Of course they don’t. They work even when they don’t want to. There are times when writing is very hard, too, when you can’t think what to put next, and when staring at the empty page is miserable toil. Tough. Your job is to sit there and make things up, so do it."
Eu tinha na minha consciência a leveza de ter, sim, finalizado um projeto (quer dizer, a parte um de um projeto, mas enfim), mas ao mesmo tempo, o enorme peso de ter outras ideias e não conseguir colocar nenhuma para frente. O BEDA, de uma forma muito louca, me mostrou que sim, que dá, que é possível, e que vai ter gente que vai ler mesmo você odiando. Mesmo sendo as suas amigas, mesmo sendo pessoas desconhecidas: o importante é fazer. O resto é o resto.

Também posso falar de Neil Gaiman?
"Write the ideas down. If they are going to be stories, try and tell the stories you would like to read. Finish the things you start to write. Do it a lot and you will be a writer. The only way to do it is to do it. "
E não é que nós fizemos mesmo?

BEDA - Melhores posts aqui no Pudding (na minha opinião):



Meus favoritos das minhas amigas:


Sabe aqueles momentos em filmes e séries, em que sempre fazem discurso de formatura? É assim que estou me sentindo hoje, concluindo essa missão ao lado das minhas amigas, e aquele friozinho na barriga que sempre precede um encerramento. Consegui escrever por 31 dias. Vamos ver o que vou escrever a partir de agora!

De vez em quando eu surpreendo as pessoas
E saio por aí de cabelo solto (igual ao da Hermione)
De vez em quando, também, eu consigo completar algo que começo
Também surpreendendo as pessoas
(e a mim mesma)
(o que é muito mais importante)


Playlist: músicas que embalaram o BEDA (30/31)

Eu já falei aqui, em textos aleatórios, a minha relação meio complicada com músicas. Eu posso amar uma banda, mas dificilmente irei baixar todos os cds dela, e se baixar, dificilmente conseguirei ouvir. Se eu conseguir ouvir, ouvirei o cd sem parar durante mais ou menos uns três anos, e daí largo mão e só consigo ouvir de novo depois de uns cinco anos. Entretanto, gosto de playlists que fazem, gosto de ouvi-las, e gosto de descobrir músicas novas.

É uma coisa meio sem sentido, eu sei. E, vejam só, sempre adorei gravar cds para amigos, e por motivos óbvios, MB tem uma coleção de mixtapes que gravei para ele. Morro de ciúmes dessas mixtapes, e me deixa louca quando ele compartilha hahahah Mas enfim, é a primeira vez que faço uma playlist para esse blog!

A proposta inicial era anotarmos as músicas que marcaram cada dia desses dias de BEDA, mas seria uma tarefa complicada: não ouço música todo dia, e principalmente, ouço as mesmas músicas over and over again. Entretanto, esse mês foi uma imersão maior no cd do Arctic Monkeys, o AM, e no 1989 da Taylor Swift - aconteceu que eu comecei a passar três horas no ônibus ouvindo música e realmente prestando atenção no que estava ouvindo. Como não dá pra colocar mais de uma música do mesmo artista, e não fazia muito sentido de qualquer forma, ficam os dois marcados como os Albuns do BEDA.

No mais, são músicas que gosto e que escuto com alguma frequência. Cornerstone, do Arctics, é a minha música preferida deles no momento. Does He Love You eu ouvi num post da Chica tem bastante tempo, mas amei de cara, e ouço desde então. E Despedida, do Selvagens à Procura de Lei, que são meninos da minha terra e descrevem muito bem a saudade. Eu não ouvi o cd deles completo (risos), mas adoro essa música, e acho que de toda a playlist, ela é que vale mais à pena conhecer.

E, se for pra falar de músicas que embalaram meus dias, coloquei três bônus no fim da playlist: fiquei com o dia que estava fazendo trabalho da faculdade e achei correto relembrar toda a carreira da Britney Spears (e um pouco da Christina e da Jlo), e fico com Sometimes. Depois, tive uma noite tomando cerveja e na vibe total de Aerosmith revendo os clipes deles, e percebi como a letra de Fly Away from Here representa o meu momento atual. E, por fim, O Teatro dos Vampiros, que nunca foi tão próxima da minha realidade como está sendo agora.




>> Hoje também é dia de playlist no blog da Pássara, da Analu, da  Anna Chica, da Sharon e da Iralinha!

Resumo da Semana #4: Não aconteceu absolutamente nada (29/31)

Quarta semana de BEDA, senhoras e senhores, não acredito que chegamos até aqui. Contra todas as expectativas, incluindo as minhas, foram quatro semanas de posts ininterruptos. Mas não irei falar sobre isso agora, deixa eu concluir o projeto - sim, eu sou otimista ao ponto de ainda acreditar que posso desistir no dia 30.

Dias chuvosos no ridjanero

Agora vamos falar da semana. Essa semana! O que falar de uma semana cujo ponto alto foi encontrar um pacote de 750g de ravioli por 4 reais no Pão de Açúcar? Sim, foi apenas 4 reais, e a estante do "Perto do Vencimento" já se firmou como um lugar cativo nos nossos corações. Tá tudo indo meio mal? Só dar um pulo no supermercado e ver o que o vencimento trouxe para a gente. Essa semana foi um prato de ravioli numa quinta chuvosa à noite.

Entreguei meus trabalhos da pós, que tem praticamente um mês que comecei, mas que é organizado em módulos. Então o módulo mais legal, que tratava sobre Estamparia em si, já acabou :( E agora começa um módulo de modelagem, que eu sempre detestei, e que pode ser que vocês me escutem reclamando no futuro, mas que provavelmente não - certeza absoluta que quando terminar o BEDA eu vou passar um mês sem pisar por aqui hahahah

Mais uma vez, no entanto, falhei de pensar nos highlights da semana para contar por aqui. Posso contar que, voltando da aula na segunda, eu encontrei um pug amarrado do lado de fora da farmácia aqui perto de casa, e que passei uns bons 5 minutos conversando com ele? Era o Válter, foi um encontro maravilhoso para recordar, assim como um pitbull que estava passeando com um suéter. Nessas horas penso em tirar foto? Claro que não.

Terminamos de assistir a primeira temporada de Steven e de Hannibal, sendo obviamente Steven muito mais cheio de mindfucks e reviravoltas que Hannibal, hahaha. E uma coisa muito estranha que acontece quando fazemos maratona de desenhos animados é que não consigo dormir direito: passo a noite inteira sonhando com episódios novos, ouvindo as vozes das dubladoras na minha cabeça, um monte de sonho psicodélico e colorido, e acordo exausta. Para me fazer dormir como um bebê, nada como um bom assassinato e um cadáver se decompondo. Ah, as pessoas. Ah, os dias.

continuo obcecada

(e Hannibal faz tantos debates surgirem dentro da gente que estamos quase gravando um vídeo sobre)

Sexta fomos ao cinema e assistimos ao filme novo do Woody Allen, "Homem Irracional", e eu passei boa parte inicial do filme revirando os olhos. O mesmo aconteceu com o último filme que vi da Emma Stone, "Sob o Mesmo Céu (Aloha)": não aguento o estereótipo, mais uma vez, da menina animada e decidida que vai salvar o pobre homem infeliz. Mas os dois filmes acabam se recuperando, mesmo eu dando algumas risadas eventuais, e o cinema inteiro se destruindo em riso. Aliás, esse é um tópico muito bom: na cidade de vocês as pessoas também acham graça de absolutamente tudo?

Fui muito em cinema em Fortaleza, e olha, nunca vi interatividade como essa dos cariocas. Na menor piada, que no máximo faz com que o canto da minha boca se mexa ligeiramente, eles já estão gargalhando e cutucando os amigos com que foram aos filmes: KKKKKKKKKK NACREDITO. As pessoas dão gargalhadas. Nos trailers. Mesmo em trailers brasileiros de comédia que geralmente não tem graça, estão todos lá - melhor platéia. O trailer de Meu Passado me Condena 2? Achei que o cinema ia se destruir de tanto riso. Deve ser por isso que o carioca é tão feliz.

Antes do cinema, no entanto, o ponto baixo da semana: comprei uma casquinha e ela virou inteira no chão antes de eu dar a primeira mordida. Não sei se isso é uma grande metáfora da vida.

Às vezes as semanas são assim. Não tem como maquiar e parecer que fui à lugares incríveis e conheci pessoas incríveis: fiquei em casa, dormi, li um pouco, joguei um pouco, fui ao cinema, visitei algumas livrarias, fiquei olhando para o tempo e refletindo sobre a minha vida. Ah, a vida. E desculpa um post enorme e sem nenhum assunto - mas depois de 29 dias de BEDA, acho que eu mereço um desconto, né?

por hoje é só


Lista Aleatória:

Livros lidos: Continuo lendo "Sobre a Escrita" do Stephen King, e continuo amando
Filmes assistidos: Homem Irracional no cinema
Séries: Steven Universe e Hannibal! Terminamos as primeiras temporadas!
Carbonaras: 0, que decepção
Dias com cerveja: 0 
Garrafas de vinho: 0... que semana
Dias que fomos a praia: 0, mas o sol só veio aparecer hoje
Vezes que o cabelo colaborou: 1! Lavei e ficou ótimo! Mas foi só no dia mesmo.

O Teatro dos Vampiros (28/31)

Eu estava indo para a aula da pós esses dias quando peguei um ônibus errado (sempre), que ao invés de me levar pelo caminho conhecido e relativamente rápido (1:30h), me levou pelo caminho mais engarrafado do mundo (cheguei depois de 2:30 de ônibus). Enquanto nesse caminho engarrafado, tipo, mesmo, coisa de 40 minutos para andar um quarteirão, dois jovens entraram no ônibus. Uma menina magricela e um cara mais fortinho que ela, ambos de uniforme da escola, abraçados. Passaram o engarrafamento inteiro se amassando no meio do ônibus, assim, bem foda-se todos, olha o nosso amor. Acho inclusive que eles escolheram pegar esse ônibus: tudo bem chegar em casa em uma hora quando deveria ter chegado em 20 minutos, para poder passar essa uma hora dentro do ônibus se beijando, certo?

Eles não conversavam muito, só se beijavam. Ah, os quinze anos.

Vocês já pararam para reparar naqueles casais que, antes da era dos iPhones, ficava mudo um do lado do outro em restaurantes? Não conseguiam se olhar, não conseguiam conversar, apenas olhavam para o abismo. Hoje em dia, fica cada um no seu whatsapp, a luz da tela iluminando cada um, e também não trocam nenhuma palavra. Mas também nem se beijam.

Ontem eu estava lendo o encarte da Taylor Swift e pensando em mudanças junto com ela. A gente é sempre levado a pensar que as pessoas que amamos não vão mudar: não adianta, você não tem a capacidade de mudar a vida de ninguém, nem de ninguém mudar a sua, todos nascemos e crescemos assim e iremos morrer assim. Já ouvi uma frase terrível e machista que diz que a mulher se casa esperando que o homem mude, e o homem casa na esperança que a mulher nunca mude, e assim ambos vivem o resto da vida frustrados. Por que as mulheres deveriam mudar, e os homens não? Isso não faz o menor sentido.

Todo mundo muda. O casal jovem se amassando no ônibus, pode, se continuarem juntos, daqui a alguns anos, estar num restaurante olhando cada um para o seu abismo/celular. Ou pode ser que eles encontrem pessoas incríveis nessa vida, que se olhem dentro do olho, e que riam, e que conversem sem parar até ficar com sede.

A gente muda a cada momento, a cada instante. Como a Taylor disse, é preciso coragem para mudar. Eu nunca ia imaginar que iria morar no Rio de Janeiro aos 25 anos, recém casada. A vida nunca foi tão ruim, mas também nunca foi tão boa. Às vezes a gente precisa de um certo distanciamento histórico para absorver melhor o que estamos vivendo no presente: os dias que parecem terríveis, mas na verdade nem são, os problemas que de fato eram enormes, mas que a gente conseguiu superar, um por um. Cada problema resolvido provoca uma mudança dentro da gente, e eu li um dia desses que, depois de sete anos, todas as suas células são substituídas (cada uma em seu tempo). Em sete anos, seu corpo é outro, por que você não seria também?

Mudar é fácil, mas aceitar a mudança dos outros pode ser difícil. É completamente diferente conhecer uma pessoa aos 16 anos e vê-la, hoje, aos 26. Os hábitos, os trejeitos, tudo muda. Não somos mais um casal adolescente, num primeiro encontro, indo a pé para um shopping center, com vergonha de dar as mãos, e trocando beijos na escada-rolante. Somos um casal adulto, num encontro que nem é encontro assim, indo a pé para outro shopping center, dando as mãos porque é natural, e sem trocar beijos na escada-rolante. Acho que todos deviam trocar beijos na escada-rolante sempre que possível.

Ouvimos músicas dos anos 80 que meus pais cantaram um para o outro, e nunca elas foram tão próximas. Ouvíamos essas mesmas músicas com 16 anos e não entendíamos nada: como envelhecer dez semanas a cada hora que passa, já que voltamos a viver como há 10 anos atrás? Que confusão essa história de ser adulto, né.

A gente muda, mesmo. Boa parte do que eu sou hoje eu devo à tudo que vivi, desses 16 anos para cá. Mas o que me mudou, mesmo, foram todas as pessoas que conheci nesse percurso. Aprendi muito com todas elas. E isso inclui a pessoa que escolhi ver todos os dias, já que ele mudou também, e ele não para de me ensinar coisas novas. Mudamos um com o outro. Mas também mudei ao olhar para mim mesma, para o que escrevi para mim, para o que me aconteceu nesse tempo todo. E espero, sempre, mudá-lo um pouquinho, também.

Será que somos pessoas melhores? Eu espero que sim, mas deixa o distanciamento histórico chegar para eu ter certeza.

Eu, homem feito, tive medo e não consegui dormir

10 Coisas Mais Legais do Meu Mundo (27/31)

Estamos na reta final do BEDA, com louvor. Nenhum post atrasado, falta pouco, e eu finalmente poderei dizer que enfim concluí algum projeto desses mundo de internê (não vamos falar tão cedo). Mas o tempo tá chegando num ponto em que o assunto não rende, tudo que você escreve você odeia, não dá mais pra ser profundo, não dá pra escrever um post e amar, por aí vai. Então chegam os memes. Ah, os memes. Esse aqui eu vi no blog da Anna quando ela postou e fiquei com vontade de fazer, mas ontem passei pela Cacá e vi por lá e pensei: é isso, senhor, obrigada.

Mais um meme (o último! Eu acho!) para esse BEDA. A proposta é meio que definir o seu estilo (acho) e preferências sobre os tópicos abaixo.


1) Decoração: antiquários e modinhas

Eu queria ser uma pessoa menos fútil, mas eu ligo, mesmo, para objetos. Tipo, mesmo. E para tendências. É uma coisa universal que, eu tendo feito moda, sinto no ar: às vezes as pessoas se dizem avessas à moda, mas elas sim acabam gostando de itens que foram colocados ali para ela comprar, mesmo que ela não perceba, e simplesmente acredita que goste. Eu tenho plena consciência que não gostava de calça skinny até me obrigarem a amar. E por que estou falando disso?

Na minha pós (gente, como é que faz pra ir direto ao assunto?!?!?!?!111! Pesquisar), tem uma moça já na meia idade que aprendeu a demonizar a moda e as estilistas (ela fala como se fosse um palavrão, tem gente que tem essa habilidade. Minha avó é especialista, tenta ouvir ela falando cogumelo). Não, não sei o que ela procura numa pós de... moda. Mas ela defende a decoração. Como se não houvesse uma grande indústria de tendências e... moda. Querida, tudo nessa vida é moda.

Eu sou e sempre fui obcecada por móveis antigos. Tanto que tenho vários na casa dos meus pais que irão para a minha futura casa (que há de chegar em 2016), tanto que até hoje namoro nos antiquários (com os móveis), tanto que sempre que posso vou na feirinha de antiguidade catar mais alguns itens. Na casa dos meus pais sempre teve uma gallery-wall com fotografia da vida deles, e foi a primeira coisa que montei quando cheguei no meu quarto. Nada mais importante que quadros com história para mim. Mas eu também amo tendências.

Eu amo suculentas, eu amo cobre, eu amo textura de bolinhas, eu amo branco e cinza, eu amo pés palito, eu amo essas estampas, eu amo subway tile, eu amo tudo isso combinado com aquela carinha de que achei numa feira/no lixo perto da minha casa. Eu acho que meu estilo de decoração é bem palpável, e posso dizer que apesar de ser estilista, acho que dou um jeito até bom nessas coisas? É por isso que virei decoradora (e carregadora de móveis) do Renne, e que sempre que alguém chega nos meus quartos diz que tudo é a minha cara.

(gente, foi quase um post esse tópico, se eu soubesse já tinha feito um post só disso? #truques #BEDAproblems)



Quando eu me mudar, só tenho duas preferências: muita luz natural, e uma cozinha qua caiba duas pessoas juntas. E se o chão for de taco, melhor.



2) Livro: Neil Gaiman

sim


Meu livro preferido, acho, continua sendo a saga Harry Potter. Mas desde Harry Potter eu já tinha essa resposta na ponta da língua: eu amo a JK por ter escrito HP, mas só vou descobrir se ela é minha escritora favorita mesmo quando ela escrever outra coisa. Ela escreveu, eu gostei, mas aí ela deixou de ser minha escritora favorita.

Tudo que o Neil Gaiman toca, para mim, é ouro. Já li muitos livros dele (quase todos), e me identifico muito com o gênero da escrita, a forma da narrativa, e as histórias sempre meio sombrias. Acho que sou meio sombria. Quem sabe.


3) Viagem: Londres



É cedo demais para dizer isso? Ainda não conheço NY, e acho que preciso ter uma experiência boa em Paris estando com o marido, numa vibe de romance, para me apaixonar com força pela cidade. Mas eu amei Londres, eu tenho saudades todos os dias, e hoje faz exatamente quatro anos que eu estava caminhando por aquela cidade maravilhosa e choveu e fez dois arco íris e afff, chorando.

Esses dias o facebook me fez o favor de me recordar disso, e vi todas as fotos da viagem, e chorei um pouco, claro. Eu ainda sonho no dia em que conseguirei morar em Londres, mas se isso não for possível, viajar sempre para lá está de bom tamanho.

4) Música: a que estou ouvindo agora

Eu tenho uma relação meio esquisita com música. Eu adoro ouvir, mas nem sempre. Eu amo intensamente alguns cds de algumas bandas, mas eu não tenho vontade de comprar quando sai um novo. Eu raramente gosto de todas as músicas de alguma banda, e quando isso acontece, eu escuto sem parar durante alguns anos, até que eu nunca mais escuto (tipo Hush Sound ou Los Hermanos). Eu sou ~ eclética ~ - ainda tem gente que diz isso? Eu me empolgo na mesma medida no metrô (ontem) ouvindo New Romantics e, logo em seguida, Best of You, e então Arabella, e logo depois Banda do Mar.

Poucas são as minhas paixões musicais que duram, então posso dizer que estou sempre apaixonada pelo que estou ouvindo agora. Acho, inclusive, que a minha banda favorita do momento é Arctic Monkeys, pode ser?


5) Sapatos: Sapatilha básica com um lacinho


Uma de cada, por favor

Eu já perdi as contas, literalmente, de quantas sapatilhas assim eu já tive. Só preta consigo lembrar de umas cinco - eu uso tanto que elas se acabam e eu tenho que jogar fora, já de olho na próxima. Não sei o que acontece comigo e as sapatilhas de lacinho. Quer me agradar fácil? Me dá uma dessas, preferivelmente cavada (calço 38, beijos), sabe, quase mostrando o comecinho dos dedos dos pés. Eu tive uma vermelhinha dessas que andou pelas montanhas da Inglaterra e se desfez, uma preta que foi para a minha primeira balada do Rio de Janeiro, uma verde que me acompanhou a copa inteira, uma rosa claro que usei nas fotos do meu casamento, uma dourada, uma prata, uma...



6) Maquiagem: batom líquido matte e corretivo



Às vezes nem delineador dá coragem de passar, mas meus batons da Limecrime são sucesso absoluto sempre. Eles tem a cobertura maravilhosa, e quando secos, parecem um veludo na boca. O meu vermelho foi inclusive o que usei para casar. Sempre que saio com eles, pelo menos uma pessoa me pergunta onde comprei.

Pode ser que eu, às vezes, antes de dormir, entre no site de limecrime e fique olhando para as cores novas dos batons, calculando em quanto tempo poderei comprar eles mais uma vez, esse dólar que não colabora, mas não irei falar disso, né?

E ah, o corretivo. Uso sempre que saio de casa com o intuito de interagir com pessoas (um mal necessário), senão todos irão cair para trás. Nossa, você dorme a noite? Nossa, tá tudo bem, você está com a aparência cansada, são apenas algumas coisas que escuto quando estou mostrando minhas olheiras. E não são só as olheiras. Minha estrutura óssea me trolou bonito, porque é fundo, e é fundo mesmo, e mesmo o roxo sumindo, ainda fica aquele buraco. Enfim, para quem quiser ver, sempre estou no snapchat (@gabrielacouth) dando minha linda cara à tapa e falando por aí com aquela cara.

É por isso que eu uso óculos, disfarça e muito.



7) Ídolo: Beyoncé


Eu me identifico com a Taylor, e muito, queria ter 1/5 de bunda que eu tenho para poder usar tudo que ela usa, e tal, acho que ela me entende e que deveríamos ser amigas, sabe? Esse é o sentimento. O de certa proximidade.

Mas o que eu sinto pela Beyoncé é algo como uma mariposa olhando uma lâmpada: eu não acredito que essa mulher é real. Claro, eu sei que ela é humana, eu sei que ela trabalha duríssimo, mas sabe quando a pessoa simplesmente é superior, mesmo? Beyoncé nasceu nesse mundo para ser Beyoncé. Ela pode fingir que usa cueca e meia e faz clipe descontraído, mas sei que ela está fingindo descontração, porque ela é um ídolo, e não gente normal. Não deve fazer o menor sentido, hahaha, mas é assim que me sinto. Tenho aquela vontade enorme mesmo de bow down, bitches. Uma deusa, uma louca, uma feiticeira: Beyoncé é demais.




8) Doce: Cookie e bolo e brownie



Ao contrário da Pássara que mais amo nessa vida, eu não sou muito fã do chocolate-barra, mas caio de joelhos para tudo feito à base de chocolate. Bolo? Amo. Cookie? Socorro. Brownie? Me vê um veneno da lata do Luiz. Eu gosto de doce denso, pesado, quente, que enche a barriga e te dá um abraço vindo de dentro. Não gosto de sobremesa leve tipo, nossa, que delícia, que REFRESCANTE. Eu gosto de comer doce e me sentir com 30 toneladas, já sendo empurrada para a cama, dormindo profundamente. E eu sei que isso não é o normal.

E brigadeiro de panela? Pelo amor. E Petit Gateau?! Uma pena que a globalização das sobremesas não existia em 2004, senão estaríamos todos aqui lendo o BEDA do Petit Gateau.com.br


9) Foto

Eu adoro minhas fotos de criança, porque eu era muito antipática, sempre. Quem eu quero enganar? Eu ainda sou, heheheh. Mas quando eu era pequena eu tive uma fase aos 9 meses que eu não conseguia parar de sorrir, por nada desse mundo. Foi numa viagem ao Rio, e eu estou gargalhando em todas as fotos. Todas. Eu poderia dizer que era um sinal divino que eu na verdade tenho a alma carioca desde sempre, mas a viagem que fiz aos 8 anos e que em todas as fotos eu queria star morta não irão me deixar mentir.

Mas bom, eu adoro essa foto aqui que me mostra com cabelo de Amelie, franja torta, e aquela carinha de quem adora fazer amigos.



E uma foto que eu tirei... Deixa eu pensar... Acho que não tem nenhuma que se destaque na minha cabeça. Estou sempre tirando fotos do Rio, e sempre tirando fotos de Dindi. Compartilho os dois assuntos sempre no meu instagram. E adoro as sessões de foto de Beebee dorminhoca. Olha esses olhinhos dissimulados. Olha essa cara cremosa. Não. Tenho. Estrutura.


Olha essa barriga!!!!!




10) Blog: A Beautiful Mess

Eu acompanho a Emma e a Elsie desde que a Elsie casou, e o vídeo do casamento dela saiu em todo o canto. Eu adoro o estilo de postagem com decoração, vida, receitas e moda, e tudo que elas fazem é mega competente. Depois de alguns anos, a vida das blogueiras acaba sendo um assunto natural para você, e você se importa mesmo com elas, do tipo ficar feliz com as conquistas, essas coisas. Eu acompanhei o casamento da Emma, acompanhei quando ela comprou o apartamento, e agora estou acompanhando a próxima mudança. Vibrei quando ela falou que ia abrir um bar. Pedi todo dia para ela postar uma receita de hashbrown, e eventualmente ela postou (claro que milhões de pessoas acessam, mas posso achar que foi para mim?).

Baixei os apps assim que lançaram, e se eu tivesse grana e o dólar não fosse esse absurdo, teria comprado da loja online que elas estão fazendo. Leio sempre, todos os dias, e ultimamente não tenho entrado tanto, ao ponto de não saber que a Elsie vai se mudar para Nashville (!), e ficar horas pesquisando o motivo e não encontrar hahahah. E apesar do blog hoje estar mais nas mãos das colaboradoras (amo a Laura), eu ainda acho incrível. Meu sonho é ter uma casa, decorar essa casa, e poder mandar as fotos para sair no blog, hahahah.


>>> Hoje a nossa blogueira favorita dos sete mares, Irala, também vai postar sobre as melhores coisas do fundo do mar. Corre lá!

Vovó (26/31)

Esse é um assunto delicado de falar, por isso demorei tanto tempo para chegar aqui e abrir o meu coração. Tem muito a ver com psicanálise, auto conhecimento, um reflexo muito louco do seu futuro e do seu passado juntos, uma série de coisas. A verdade é que eu moro com a minha avó. E se vocês me acham maluca, é porque nunca a conheceram.

De vez em quando eu compartilho no snapchat (@gabrielacouth! Me segue por lá!) alguns drops de loucura, coisas rapidinhas do dia-a-dia que acabo compartilhando. Minha avó é mestra em DIY, viciada em panos de prato e decoração, e foi dos genes dela que saiu a minha mania de colecionar coisas que não sei se vou usar depois, mas acho que sim, melhor mesmo é não jogar fora.

Essa semana eu estava de boas, fazendo o café da manhã, quando ela chega com aquela expressão vitoriosa na cozinha. A vizinha dela estava reformando o piso, trocando o taco centenário (e maravilhoso), por uma tábua corrida de mdf. Sabe aquele estágio da velhice, que algumas avós passam, de naturalmente enjoarem de todos os móveis de mogno, do piso de taco, da prataria, e acharem melhor trocar tudo por móveis moderninhos da tokstok e porcelanato na diagonal? A minha tem a vontade, mas não tem o estado de espírito necessário para passar por uma obra (compreendo? Absolutamente), então ela vive de comentar sobre a vizinha, e da boa ideia que foi aquela reforma de piso, que ficou muito melhor, etc.

Mas se tem uma coisa que minha avó não compreende é desperdício. E olha, esses rapazes da obra desperdiçaram muita madeira. Assim, muita. E aquela madeira boa não poderia ficar lá, no lixo, certo? Certo? E foi por isso que, quando entrei no quartinho da bagunça, metade estava tomada por vários pedaços de compensado que minha avó resgatou do lixo.

Com que propósito, vocês me perguntam?

Vocês não sabem a versatilidade que pedaços de mdf podem ter. Por exemplo, para colocar em cima de prateleiras. Ou debaixo de forninhos (minha avó, como idosa, se reserva ao direito de não confiar em eletrodomésticos, então, por precaução eles estão sempre fora da tomada, e em cima de uma pilha (!) de madeira e panos de prato, para não estragar o móvel (?), e tal). Ou como adereço, afinal, quer coisa mais bonita que um pedacinho de mdf em cima de um criado mudo de jacarandá?

Isso foi apenas uma das histórias. E se eu falar do cesto de frutas falsas, quando as frutas de verdade não podem ficar, por motivos óbvios, no cesto de frutas? Mas não são frutas de cera, são aquelas frutas de plástico, bem 1,99, que nem de longe, sendo míope, passam por frutas de verdade. E do meu pano de prato preferido, eternamente em cima do fogão, que consta a obra de arte de natureza morta, ressaltando uma fruta magnífica, a pera-caju? 

E a geladeira, que em todos os andares tem uma rendinha de plástico para enfeitar? 

A nossa vida é um suspiro. Deve ser uma loucura ter passado tantos anos sozinha, e de repente ter que conviver com dois jovens, cheios de ideias erradas (onde já se viu, colocar um adaptador para usar duas tomadas ao mesmo tempo? Pfff), na flor da juventude e da imaturidade. Assim como é uma loucura ser jovem e conviver com alguém que já viu tanta coisa nessa vida, mas que continua telefonando para todas as amigas todos os dias, só para perguntar se está tudo bem, como vai a vida. Dá pra imaginar ter 86 anos?

No fim das contas, ainda somos os mesmos, e vivemos como nossos pais. Ou avós.

5 Coisas que Não dou a Mínima (25/31)


Essa é uma tag criada no GWS, que nós, em tempos de BEDA e inventar material para postar, resolvemos adaptar. Eu queria ser aquela pessoa que não enrola duas vidas para iniciar um post, e sempre faz introduções gigantescas, mas quem eu quero enganar? Se eu não me enrolasse o tempo inteiro, não seria eu. Entretanto, escrevendo essa lista, não saiu nada além de coisas terríveis, e o pior, sobre a minha constante incapacidade de manter conversas com as pessoas.

Durante algum tempo, algumas alunas de MB resolveram montar um fã-clube para mim. Calma, coitadas, eu não-não dava a mínima para elas, muito pelo contrário. Achava fofo, e peculiar, mas sempre ficava pensando: por que essas pessoas acham que eu sou legal, quando eu claramente não sou? Um mês de BEDA e vocês aí, finalmente, descobrindo a pessoa que eu na verdade sou.




Mas, tentando ir, de certa forma, direto ao assunto, vamos lá.

1. Carros

Preferia ser rica e ir de taxi
Esse é um item peculiar devido à minha origem: eu sou da terra em que, se você não tem um carrão, você não é ninguém. Coitados dos meus futuros ex-pretendentes que pensaram que iriam me impressionar com carros: eu não conheço, literalmente, nenhum carro, a não ser o da minha mãe. Fim. Não adianta. Não sei os últimos modelos e muito menos os primeiros, e acho mais fácil decorar a placa do que o carro.

MB tinha um carro, e até hoje eu não sei se era um Palio, ou um Siena, um Punto, enfim, aos meus olhos, era apenas um carro prateado, com a placa que começava com um suspiro: anf. O carro do meu pai é uma caminhonete, prateada, com um adesivo de escudo do botafogo. E por aí vai, vou seguindo a vida feliz sem me importar com isso.

2. ~Cultura~ cearense

Tenho outras metas para alcançar

Esse item está relacionado com o outro tópico, que é um item meio difícil de falar. Eu não me importo com carro. Eu não me importo, mesmo, com som de carro (aliás, eu odeio). Eu não me importo mesmo em ir para uma festa só porque todo mundo vai e eu não gosto nem um pouco do som que vai tocar lá (forró). Eu não poderia me importar MENOS com o fato de que você coloca uma garrafa de Red Label no meio da sua mesa para atrair as gatinhas (e elas vão). Eu não me importo em ser loira e sarada e ir de salto alto perfumada para o salão toda semana. É um estereótipo? Sim, mas infelizmente, é o caso de muita gente que eu conheço e antes convivia. Não consigo me enquadrar nesse estilo de vida em que se preza o dinheiro pelo dinheiro, então posso dizer que não ligo, mesmo, para isso. Assim, tipo, mesmo.

3. Minions

Prefiro unicórnios, sempre

Já falei que odeio Minions quantas vezes? Assisti o primeiro filme e consigo citar até propagandas de xampu que são melhores. Não ligo para os minions, para os objetos em forma de minions, e por aí vai.

4. Gente que mente

hm, sei, humrum
Eu tenho um feeling muito bom para pegar mentira. Eu sinto o cheiro de bullshit no ar, e fico logo com uma expressão tão profundamente descrente olhando para a pessoa, meio que desafiando ela a continuar com aquela baboseira que nós bem sabemos que é mentira, que eu claramente não poderia jogar poker (além do quê, não sei jogar baralho, risos).

Gente que vem contar história criando vantagens onde não existe, planos megalomaníacos, coisas incríveis que eu fiz, histórias cabeludíssimas: essas pessoas, invariavelmente, vão ficar falando sozinhas, porque eu não tenho a menor paciência. Humrum, você viajou sim e conheceu o Jake Gylenhaal e você ficou amigo dele, claro, óbvio. Agora deixa eu olhar aqui rapidão um instagram de Boston Terrier enquanto você fala só, licencinha.

5. Gente que insinua

hehehhehe
A pessoa quer que eu faça uma coisa para ela. Mas, no lugar de pedir, ela chega do meu lado, dá um longo suspiro, e diz: ah, queria tanto que alguém me ajudasse com isso. Desculpa, fazendo isso, você acabou de assinar o seu atestado de óbito de interesse da minha parte, porque eu além de não me oferecer para fazer o que você quer, eu provavelmente vou passar a te ignorar sempre que possível. Eu sei que sou uma pessoa terrível, mas gente, é que não dá. Sabe aquelas pessoas que você joga todos os verdes e ela não colhe nada? Meu bem, eu estou deixando deliberadamente esses verdes aqui no chão.

Então, quer que eu ligue? Me pergunte, fale as coisas diretamente, assim, por a+b=c, por aí. Senão vou fazer que nem os minions: olhar fixamente para as minhas unhas e problematizar quando eu deveria fazê-las, até que eles desapareçam.


Resumo da Semana #3: fazer arte, cozinhar, etc (24/31)

É meio ridículo começar o post semanal sempre com "essa semana voou", mas o que é a vida senão um condensado de momentos ridículos? Ao contrário da Anna, que passa a semana já selecionando momentos que venham a ser úteis para falar no resumo, eu simplesmente vou vivendo sem perceber até que chego aqui, hoje, e fico olhando para o teclado e pensando: mas gente, o que foi que eu fiz?

Essa semana tive aula da Pós-graduação, e tive que voltar a ler algumas xerox, coisa que eu não fazia desde 2010, aproximadamente. Li um texto que abordava a Filosofia da Moda, de um filósofo (jura) que morreu em 1918. O texto era profundamente machista, por motivos óbvios, e é meio impressionante ver como algumas coisas mudaram bastante, e outras nem tanto. Ele falava principalmente da moda como uma forma de casca, de autoproteção: é muito mais cômodo parecer com os outros e ser diferente apenas por dentro. E outra coisa era do nosso esforço para ser diferente e se destacar, mas ao mesmo tempo, sempre temos um núcleo nesse mundo que suporta as nossas diferentes. Ninguém é diferente e quer usar pochete, por exemplo, mas é diferente e tem um óculos que é tudo menos discreto, mas só porque, de uma forma ou de outra, já viu por aí algo que desse uma base para isso. Tem o diferente certo e o errado. E isso já era uma verdade em 1900, e continua sendo até hoje - o que me faz ter um suspiro profundo de alívio de que as coisas já mudaram muito para as mulheres, e espero que cada vez mais a gente conquiste esse papel.

Outra coisa que pensei foi: será que todos os textos da minha faculdade também eram minados pelo machismo, e eu, pobre jovem pré-feminismo, não havia percebido? O mundo tá aqui para abrir os nossos olhos, e eu sou eternamente grata por isso.

Também tivemos que pintar azulejos (!) na aula, e foi uma experiência mara. Eu não gostei dos meus (rs), mas tudo bem, e a vida pareceu muito maravilhosa nesse dia, tipo, que saudade de pintar, etc.

Tudo isso mudou no sábado, quando fui finalizar um trabalho da faculdade que estava meio atrasado, e escolhi uma cor errada e coloquei no papel. Mesmo tendo feito um estudo de cores no dia anterior. Aí, meu amor, a vida definitivamente não tem command z, então fui bem adulta e deitei na cama e chorei comendo leite moça até a vida voltar a ter sentido. Mas a vida não é assim, amigos? Consegui dar uma contornada no problema, mas não ficou bom, vida que segue, hahah. Para compensar, no domingo consegui fazer um desenho que eu adorei, e é muito boa a sensação de desenhar. Percebi que preciso desenhar mais, e desenhar sempre.

Teve livepaiting com minha ótima seleção musical no snap: @gabrielacouth
E fotinhas no insta @gabrielacouth

Felizmente consegui convencer MB a voltar a assistir Steven Universe, e nós fizemos uma semi maratona. A história é maravilhosa e estou profundamente feliz de estar assistindo uma coisa nova pela primeira vez, sabe? É muito bom quando você fica fazendo teorias, percebendo detalhes, conspirando, e se surpreendendo. Tenho certeza que Steven vai virar um daqueles desenhos que levarei para a vida, e continuo dizendo para todo mundo assistir, porque é bom demais. Assim, tipo, muito mesmo.

Também começamos a assistir Hannibal, já que True Detective acabou (a média dessa casa é duas séries alternadas com uma animação), e é meio complicado para quem já assistiu Criminal Minds inteiro. A série levanta muitas questões particulares, nada relacionadas ao ~ mistério ~ do enredo (por que todo mundo trata o Will como um doente mental? Por que essa médica finge que é a mãe dele? Por que essa equipe da BAU só tem um profiler, que é o Will, que nem é agente? Por que eles entram em cenas do crime sem colete a prova de bala? Por que ninguém organiza essa droga??? Por que diabos o Hannibal está aí????), mas passado esses momentos iniciais, posso dizer que estou gostando hahah.

Domingo à noite, depois de alguns dias sem sair de casa, nós fomos jantar na casa do Renne. Uma amiga dele estava voltando da Itália e veio passar uns dias com ele, com algumas encomendas especiais: guanciale, pecorino, parmigiano-reggiano e limoncelo. Ou seja: os ingredientes oficiais para fazer um carbonara romano. Conversamos e tivemos crises de riso diversas vezes até conseguir fazer, e olha, estava bom demais. É um desafio conseguir cozinhar na cozinha do Renne, que é menor que um lavabo, e o limoncelo foi perfeito para beber depois. E nada como voltar às duas da manhã de uma segunda-feira para casa, iniciando assim uma nova semana, não é mesmo?

Não é a dispensa, é a cozinha inteira mesmo





Lista aleatória: 

Livros lidos: Comecei a ler "Sobre a Escrita", do Stephen King, e estou achando promissor
Filmes assistidos: Song of the Sea (maravilhoso!!!!! Assistam!!!) e Her.
Séries: Steven Universe e Hannibal
Carbonaras: 2, um brasileiro e um ROMANO FUCKYEAH
Dias com cerveja: 0
Garrafas de vinho: 1
Dias que fomos a praia, já que o clima está maravilhoso: 0 (mas gente)
Vezes que o cabelo colaborou: 1!!!!!!!!!!!!!!!

Inventando Mulheres (23/31)

O mundo é um grande reservatório de pessoas estranhas, que acabam se encontrando, de vez em quando, se os deuses forem bons, acabam se apaixonando, e, apesar de tudo apontar para o contrário, acabam resolvendo ficar juntos para o resto da vida. Só que sempre tem aquele momento em que as pessoas acham que irão ficar sozinhas para o resto da vida, e como diria Joel,

Why do I fall in love with every woman I see who shows me the least bit of attention?


Estar num relacionamento é uma coisa complexa, que envolve duas partes igualmente dispostas a fazer tudo aquilo funcionar. Mas, ao mesmo tempo, é tão cômodo não se preocupar com outra pessoa, e apenas consigo mesmo. Eu sei que tudo que eu estou falando parece não fazer o menor sentido, e estamos nos dirigindo para um grande "sim, e daí?", mas calma que eu chego lá.


Essa semana estávamos assistindo, tardiamente, Her. Logo no começo, quando o Theodore está começando a conversar, e a se envolver com a Samantha, eu cheguei a conclusão que, olha só, olha ali a semente do amor de hoje. Porque sim, não é preciso que duas pessoas cheguem às vias de fato para que algo exista entre os dois: as conversas, o olhar apreensivo para a tela do computador (e celular) esperando uma resposta, aquele click infinito em milhões de assuntos. Tudo isso já é um tipo de relacionamento, que envolve uma quantidade enorme de pensar sozinho, e ao mesmo tempo, não pensar em nada, porque no fim das contas, não é muito real. Se eu não olho para você e te digo, com todas as letras, que estou afim de você, é porque esse sentimento crescente entre nós, que nunca nos encontramos, não exista, certo? Afinal, que dose de romance tem um "boa noite, durma bem"? Para alguns, nada, mas para outros, tudo.

Porque a pessoa, do outro lado da tela, é idealizada. Ela não é real.

1. Clipe - Aerosmith - Hole in My Soul



Nos anos 90 veio uma febre enorme desse software capaz de inventar uma mulher de carne e bits para te satisfazer. A história é sempre a mesma, aquela ficção científica em que o carinha nerd acaba inventando alguém já que a vida real não é lá essas coisas. Eu amo tanto o Aerosmith e esses clipes sensacionais que eles faziam, que difícil até escolher um favorito. 

Mas olha só o que está aí: existe uma menina real, de carne e osso e muitos problemas, que tenta chamar a atenção do rapazinho que está bem mais preocupado em inventar uma mulher que fosse impressionar o pessoal do colégio. Claro que é sensacional que a mulher saia de uma planta (?), a Eva Mendes novinha, mas é sempre absolutamente problemática essa história de ficar construindo mulheres por aí. Alguém mais assistiu "Weird Science", em que dois garotos faziam o mesmo? 


2. Mangá - Video Girl Ai



É inusitado eu falar de um mangá por aqui, mas estamos em BEDA, e vocês estão descobrindo muito sobre mim, hahah. Então, eu lembrei de Video Girl esses dias por outros motivos, mas fiquei com a história mais uma vez na cabeça, que, vejam só, é mais uma vez a mesma.

Ele conta a história do Youta, um carinha meio nerd e sem o menor talento com as meninas, perdidamente apaixonado pela menina fofinha da sala (que não liga para ele, e acho que acaba ficando com o amigo cafajeste - sempre), mas que não sabe o que fazer. Ele acaba entrando numa locadora de filmes misteriosa (hahah), aluga um filme adulto para passar o tempo de tarde. E, dessa fita de vídeo, sai a Ai, uma menina que não é real, mas é a forma perfeita de uma mulher que todos sonharam, e ela tem o prazo até a fita acabar para mudar a vida dele.

3. Filme - Her





Então voltamos para Her, num mundo futurístico em que é possível que você se apaixone por seu computador, e mantenha um relacionamento com ele, e meio que todo mundo ache isso normal (tenho um leve medo desse futuro). Além do relacionamento ser construído de uma forma bem singela, afinal, é profundamente romântico você se apaixonar por alguém levando em conta apenas o que aquela pessoa é, não o que aquela pessoa aparenta, e juro, tem mais tensão sexual naqueles "bom dia" do que em muito romance por aí. Porque aquele bom dia implica alguns momentos de expectativa, de não poder esperar para falar com a pessoa, mesmo ela sendo o seu sistema operacional (?).

Só que aí vem uma pessoa, de carne e osso, dizer para o Theodore com todas as letras que é muito cômodo namorar virtualmente, já que ele não tem a capacidade de lidar com os sentimentos da vida real.

Porque a mulher imaginária do outro lado da tela não tem calcinhas furadas que ela escolhe quando quer dormir confortável, ela não tem mau hálito de manhã, ela não tem crises na tpm, ela não fica melancólica, ela não acorda virada com os macacos. Ela está, sempre, compartilhando apenas o que ela quer, quando ela quer. E isso não é nem perto de ser real. O Theodore não teve o trabalho de construir uma garota a partir de uma planta (que gênio), e nem a sorte de ter alugado uma fita misteriosa, mas no entanto, a garota daquele sistema operacional é tão inventada quanto.

E isso cai na velha história das manic-pixie-dream-girls, projetadas única e exclusivamente para colocar a vida do protagonista perdedor nos eixos. Porque nós, mulheres, não estamos aqui para salvar ninguém, e muito menos ser salvas. É muito fácil conhecer uma menina bonita, fantasiar sobre ela, e manter conversinhas aleatórias em redes sociais, onde ela mostra que está bem, ganha bastante, viaja e é interessante. Mas a vida é tão mais do que isso, concordam? E os relacionamentos, então...

>>> Hoje fizemos uma postagem coletiva em que todo mundo escolhia um assunto e fazia algumas indicações sobre o tema. Eu sempre soube que ia ser mega aleatório, mas cada post está incrível: a Analu conversou sobre Maternidade, a Anna fez um guia que já imprimi e colei na porta do meu guarda-roupa de como ser uma gótica suave, a Passarinha falou sobre mulheres maravilhosas, a Iralinha sobre liberdade e a Sharon sobre o universo do cinema.

Bosterri: o Caminho das Pedras (22/31)

Ou: a minha mais adorada obsessão

Eu tenho uma Boston Terrier. Eu acho que algo acontece quando você é dono de um Boston Terrier e conhece a raça, porque é um amor sem precedentes, uma conexão milenar. Quando eu não tinha uma Boston e eu olhava as fotos de Boston, eu achava eles meio feinhos, confesso. Então ganhei Dindi e passei a achar estranho os que não tinham as marcações bem feitinhas (com a cara toda branca, por exemplo), mas depois de um tempo, tudo virou só amor.

Ter um Boston é encontrar outro Boston na rua e gritar: É UM BOSTON!, assim, afirmativamente, já deitando no chão, já pegando no colo, já pegando o número do dono, já adicionando no feice, por aí vai. Foi assim que fiquei amiga de uma menina que até chamei para o meu casamento, de tamanha essa conexão. Mas bom, vamos voltar ao assunto:


Eu amo Boston Terrier. E eu amo ver foto de cachorro. Eu seguia alguns cachorros famosos no instagram, como o Cãopanheirolabra, e um dia descobri, meio que por acaso, o instagram de um Boston Terrier japonês. Ele era a coisa mais fofa desse mundo, ele usava roupinha. Ele tinha encontros com outros Boston Terrier de roupinhas. E daí, do nada, quando dei por mim, das 600 pessoas que sigo no Instagram, no mínimo 350 são cachorros, dos quais 200 são Boston Terrier japoneses.


Não sei o que acontece com os Boston Terrier japoneses: eles são lindos, eles estão sempre de roupa, eles tem a carinha engraçada, não sei. Só sei que amo profundamente, olho as fotos com carinho, e sei diferenciar a grande maioria pelo nome. Todo mundo tem uma crise de riso leve quando descobre que eu descobri os kanjis para jogar no google (sim), e das vezes que eu baixei o google tradutor apenas para comentar em japonês a foto dos Bostons alheios. Então, porque BEDA a gente tem que inventar post onde não tem, e fingindo que todas as pessoas são tão interessadas no tema como eu, aqui vai minha lista dos Bosterris favoritos desse país maravilhoso que é o Japão.


Boss e Nene (@boss87nene)

nene nene nene nene

A maioria das casas japonesas onde habitam um Boston, na verdade habitam dois. Geralmente um é bem mais velho que o outro, e os Boston novinhos estão cada vez menores e mais fofos. E aí tem a Nene. A Nene é a Boston mais fofa, mais miúda, mais neném que existe. Ela é menor que uma garrafa de vinho e tira foto com embrulho de maçã (todos tiram, na verdade). Nene é tímida e odeia sair na rua (eu sei porque obviamente eu já perguntei hehehhe), adora carinho, e está aqui casualmente com um patinho na cabeça pensando em tudo que já fez nessa vida.

Fora que a Nene é a Boston mais pinada nesse Pinterest de Deus com essa foto aqui:

nenenenenenenene


Nico e Milk (@nicograph)

Milk com um binquedin na boca, e tomando o banho merecido

Eu choro de amor com a Milk. Ela é gordinha, fofinha, linda, e o Nicograph tem as fotos sempre bem produzidas, com os dois sempre vestido roupinhas de par. Eles brincam juntos e rolam pela casa, mas o melhor de tudo é que, depois de dias difíceis de tanta brincadeira, os dois curtem mesmo é um banho de ofurô quentinho.

Não. Sei. Lhe. Dar.



Yosi (@yosi6)

Meu melhor ângulo.... Sou linda por dentro !! E por fora!! Adoro dirigir..... ser livre !!!!

Na verdade o nome da Yosi é Jill (ela sempre assina Love Jill hehehe), mas eu chamo ela de Yofffi, meio com a língua presa, sabe? Eu sei que eu tenho problemas. A Yosi é uma Boston já mais velhinha, mas mega charmosa. Ela sempre tira foto com os amigos, tomando leite, e tem um sorriso de canto de boca que me conquista. Eu sempre reconheço a Yosi a léguas de distância, no meio de meia dúzia de Bostons, porque ela tem uma carinha muito engraçada, e é bem baixinha.

Fora que um dia desses ela colocou o Kimono para ir ao festival. Afff. Amor demais.


Qtaro e Pico (@qtaro1124)

Eu sei que a Pico parece um pouco um rato, mas por isso que amo tanto

Eu seguia o Keitarô (não sei e esse é o nome dele, mas é assim que eu chamo) despretensiosamente, até que um dia, de repente não mais que de repente, chegou a Pico. A Pico era uma coisinha miúda parecia um ratinho, correndo pra lá e pra cá e mordendo o irmão mais velho, e eu não conseguia lidar com tanto amor dos dois brincando. A Pico cresceu tão rápido que dia desses deixei um comentário (em japonês) falando como ela estava linda, e a dona dos dois me respondeu em português, o maior amor do mundo.

Conexão dos Bostons, isso aí.


Satomi Shirokuro (@satom_shirokuro)

Meta da minha vida: um bebê e muitos Bostons

Esse é o mais especial, e o mais recente. São três Bostons e uma bebê, que faz esses cachorros de gato e sapato. Não dá para viver imune as fotos deles brincando juntos, dormindo juntos, puxando orelha, compartilhando brinquedinhos, vestindo roupinhas iguais. Não sei, se um dia eu cogitei não ter filhos, eu certamente mudei de ideia ao ver a interação maravilhosa dessa neném com os cãezinhos. Eram quatro, mas um morreu esse ano (não :((( ), mas eles continuam sendo maravilhosos.

Ah, e tive o trabalho inteiro de pesquisar no tradutor o nome dos cachorros para tentar desvendar quem é quem, e são: orca, orca e orca hahahahhahahaha ai, amo.

O que mais me impressiona nesse instagram é como eles se amam, como a neném cresceu realmente junto com os cachorros, como eles fazem tudo juntos, e como a amizade entre eles é linda. Não consigo escolher uma foto para ilustrar as interações entre eles, não dá.



25 anos. Mora no Rio de Janeiro, é carioca de alma, mas cearense de coração. É designer e está tentando se encontrar nesse mundo. Sou casada com meu melhor amigo, o Marcelo Bernardo, e mãe da Dindi the Boston.

Gosto de ler, de dormir de rede, de inspirações repentinas e de petit gateau. Mas o mundo seria muito melhor sem aliche gente que fura fila. Ah, e de vez em quando eu desenho.

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