Então é isso! É tetra!!! Não existem palavras para descrever a sensação de finalmente ter terminado um projeto como esse. Foi intenso foi, foi bonito foi (corta a música cafona), mas também foi terrível. Na primeira semana eu escrevia todos os posts todos os dias, me forçando a pensar em alguns assuntos, e tentando e falhando sempre os comentários nos posts das amigas. Na segunda semana, o pânico: era uma obrigação terrível, não sabia mais o que fazer, odiava tudo que eu escrevia, acordava no meio da noite preocupada sem saber se tinha postado ou não.
Pensei em desistir na segunda semana, mas minhas amigas me deram força e ideias, e assim, de repente não mais que de repente, depois de duas semanas escrevendo e postando todos os dias (não consegui planejar um mísero post no começo), num sábado de madrugada consegui adiantar 7 posts. Sim, de uma só vez, faltando apenas algumas imagens aqui e ali para preencher.
A rotina é uma faca de dois legumes, pois se ao mesmo tempo traz a estabilidade, às vezes enche o saco da gente. E ter os posts programados me deram uma alegria e uma motivação para continuar; faltando tão pouco, não tinha como desistir, certo? Errado. Já pelos vinte dias, cada uma teve o seu momento de fraquejar, de odiar tudo, de querer morrer, etc. Mas sobrevivemos. Com muitos memes, listas, posts intermináveis de série, posts mais intermináveis ainda sobre livros.
A sensação é boa: consegui concluir alguma coisa nessa vida. Me propus a escrever um post por dia e foi o que fiz em 70% do tempo desse BEDA, e, como um passe de mágica, voltei também a desenhar, e voltei na mesma medida a ter ideias. Já falei aqui sobre a minha paixão de escrever ficção, e depois de tantos anos apenas vivendo de saudade, comecei a colocar alguns projetos para frente, voltar a me ligar nas ideias que tinha proposto, e deixar a mente divagar. Foi o BEDA que proporcionou isso? Ou foram as aulas que me obrigaram a desenhar? Ou foi o fato de eu sempre ter as minhas melhores ideias andando de ônibus? Não sei, quem sabe.
Eu lembro de ler, há muito tempo, o Philip Pullman falando sobre escrita, e isso me marcou desde aquela época.
I was sure that I was going to write stories myself when I grew up. It’s important to put it like that: not “I am a writer,” but rather “I write stories.” If you put the emphasis on yourself rather than your work, you’re in danger of thinking that you’re the most important thing. But you’re not. The story is what matters, and you’re only the servant, and your job is to get it out on time and in good order.
The most valuable thing I’ve learned about writing is to keep going, even when it’s not coming easily. You sometimes hear people talk about something called “writer’s block.” Did you ever hear a plumber talk about plumber’s block? Do doctors get doctor’s block? Of course they don’t. They work even when they don’t want to. There are times when writing is very hard, too, when you can’t think what to put next, and when staring at the empty page is miserable toil. Tough. Your job is to sit there and make things up, so do it."
Eu tinha na minha consciência a leveza de ter, sim, finalizado um projeto (quer dizer, a parte um de um projeto, mas enfim), mas ao mesmo tempo, o enorme peso de ter outras ideias e não conseguir colocar nenhuma para frente. O BEDA, de uma forma muito louca, me mostrou que sim, que dá, que é possível, e que vai ter gente que vai ler mesmo você odiando. Mesmo sendo as suas amigas, mesmo sendo pessoas desconhecidas: o importante é fazer. O resto é o resto.
Também posso falar de Neil Gaiman?
"Write the ideas down. If they are going to be stories, try and tell the stories you would like to read. Finish the things you start to write. Do it a lot and you will be a writer. The only way to do it is to do it. "
E não é que nós fizemos mesmo?
BEDA - Melhores posts aqui no Pudding (na minha opinião):
- O Caso da Estante foi muito popular pela história mega sem pé nem cabeça, que é o caso da grande maioria das minhas histórias. Sempre acontece esse tipo de coisa comigo. E ainda fala sobre amizade.
- Compartilhei com vocês sobre o Dr. Gabriel, e todo mundo também morreu de rir e comentar comigo. Talvez ele tenha lido o post também, porque nunca mais recebi nada para ele!
- Tive meus momentos de profunda reflexão com uma carta para mim mesma, sobre manter sempre as aparências, sobre ter 25 anos e sobre ter as melhores amigas desse mundo.
Meus favoritos das minhas amigas:
- Amei quando a Anna falou sobre a Gente e o casamento, claro, mas amei muito o post super relevante sobre os lonely starbucks lovers da Taylor Swift. Os melhores shows da vida dela também foram incríveis, especialmente porque foram super parecidos com os meus (bichas), mas os que me deixaram aplaudindo de pé sem dúvida foram sobre uma entrevista de emprego sincera e uma carta para ela mesma. Aliás, acho que todo mundo se superou nessas cartas.
- A Passarinha escreveu uma carta super prática para ela mesma (enquanto eu fiquei morrendo de medo de me auto decepcionar, ela foi super direta, e eu amei tanto), uma resenha incrível sobre um livro que nós duas amamos, e sobre ter sorte nessa vida.
- A Sharon publicou, bem no comecinho, uma carta para uma amiga que podia ser uma carta minha para uma amiga, ou de qualquer um para sua amiga, porque a vida sempre faz a gente perder amigos pelo caminho (e eu me identifiquei horrores), falou sobre o momento em que usamos coroa na balada e conhecemos ela, fez uma carta linda para si mesma, elencou muito bem as melhores vilãs da Disney e ainda falou sobre o seu estilo lindo.
- A Irala sempre me faz morrer de rir, e o vídeo das 50,5 perguntas dela foi disparado o melhor de todos. Morri de rir. Ela também falou sobre o fardo de ser professora, me fez rir com a sua conturbada relação com piercings, a incapacidade de falar das coisas que ama (sou meio assim), e fez ilustrações incríveis que retratam muito bem a nossa vida com Netflix.
- A Analu me emocionou muito com sua carta para a sua filha que nem nasceu ainda (mas que eu amo tanto), filosofou muito bem sobre os quases, contou para todo mundo sobre a nossa primeira balada juntas, tentou explicar sobre a sua mania de achar os livros medianos e fez um post super importante sobre a importância de se escrever sobre assuntos sem a menor importância (e que tá tudo bem nisso).
- A Rafinha desistiu no começo, mas mesmo assim escreveu coisas incríveis, tipo a importância dessa selfie da Kim Kadarshian e a representatividade, sobre a problemática de ser jovem e querer aprender a beber (concordo super) e um post soco no estômago sobre o livro Sorte, que preciso criar coragem de ler.
Sabe aqueles momentos em filmes e séries, em que sempre fazem discurso de formatura? É assim que estou me sentindo hoje, concluindo essa missão ao lado das minhas amigas, e aquele friozinho na barriga que sempre precede um encerramento. Consegui escrever por 31 dias. Vamos ver o que vou escrever a partir de agora!