Um desenho, vários anos

Ou um post muito, muito comprido

Na época do colégio, ao invés de ficar prestando atenção na aula e anotando tudo, eu costumava desenhar o tempo todo. Mas paciência não era uma das minhas virtudes, então meus desenhos eram sempre esboços meio mal feitos, eu tinha a maior preguiça do mundo de pintar direito com lápis de cor, não fazia rostos, etc. Mas isso mudou quando eu conheci minha melhor amiga, Monique Rodrigues. A Monique grudou em mim na sexta série e me forçava a fazer os desenhos até o fim, a colocar pés e mãos, a pintar, a tirar a sujeira da borracha enquanto desenhava, etc. Pela sua dedicação a me ajudar, fundamos uma sociedade secretíssima e passamos a assinar alguns trabalhos com esse nome.

Um dia, decidimos fazer A Obra Prima da nossa sociedade de duas, uma ilustração detalhada e realista, colorida, da protagonista de outro dos nossos projetos aos 11 anos. Passei quase um dia (quase UM dia x desenhos de vinte minutos) desenhando, ela passou um tempão cobrindo, e nós pintamos. Nos enchemos de orgulho. Tanto que tiramos várias xerox. E perdemos o original colorido para todo o sempre, naquele mesmo dia. Ei-lo:


Em 2005, encontrei a xerox perdida no meio das minhas coisas. Monique já morava longe. Então, sozinha, me senti capaz de melhorar a então obra prima. Um ano depois, em 2006, encontrei-o novamente, e fiz outra tentativa de desenhar (já que acabava de mudar de traço e tinha decidido começar a desenhar pessoas ao invés de mangás).


Recentemente, arrumando minhas gavetas, achei esses três desenhos juntos, nesse estado de conservação. E lembrei da delícia que é desenhar por desenhar, sem nenhum propósito além do próprio entretenimento. Desde o colégio que isso não acontece, então me dispus a mais uma vez a tentar redesenhar a obra prima. Quase sete anos depois, com uma faculdade nas costas, e muitas mudanças. Monique ainda mora longe, mas a cada assopro que eu dava nos fiapos de borracha, lembrava da sua determinação em me ajudar.

Um pouco do processo criativo: fiz o esboço, e comecei a pesquisar armaduras. Com ajuda de uma amiga que eu acho especialista em armas e armaduras (valeu, Rafa!), me lembrei do CLAMP (grupo no qual nossa sociedade secretíssima claramente foi inspirada), e juntas pesquisamos algumas imagens LINDAS de referência. Principalmente para armas, coisa que eu sou triste fazendo.

Era um desenho tão complicado que eu fiquei com medo de pintar, e com a ajuda da Taylor, fiz o seguinte estudo de cores/materiais:



Dessa forma, quando eu fosse pintar, conseguiria ver melhor onde eu queria colocar couro (lilás), onde eu queria dar a impressão de cetim (azul), etc. Também fiz algumas versões de cores, porque né, pintando na vida real não tem como voltar atrás.


Então fui pintar. Chorei, sofri, foi difícil, mas ao mesmo tempo foi ótimo. Tão bom poder desenhar sem nenhuma obrigação. Tão bom dar 100% de você numa atividade que é 100% para você.

Aqui vai o desenho final. Pintado de aquarela. E dedicado para você, Monique!

Close nela:

Post de Iniciação ao Neil Gaiman

Mr. Gaiman por Yuko Shimizu

Eu sempre gostei de literatura fantástica, essa minha escolha decorrendo obviamente do meu amor devotado à saga Harry Potter quando tinha dez anos. Antes disso, já adorava histórias de bruxas (boas) e fantasmas (bons também), e depois que entrei na vida adulta continuei seguindo por esse lado pouco creditado da literatura. Li Senhor dos Anéis muito nova, então pouco lembro da história (está na minha meta de leitura 2013 relê-lo), e a partir daí lendo outras séries que sempre tinham esse toque de fantasia, como os livros da Diana Wynne Jones e, bom, os livros do Philip Pullman. E por último as Crônicas de Gelo e Fogo, que são tão boas que me dá uma dor pensar o quanto ainda vou ter que esperar para ler o sexto livro.

Um dia de chuva perdido no meio da faculdade, acabei entrando numa Biblioteca que tinha uma Gibiteca (argh, palavra horrível). Fui pra lá me abrigar e matar aula, e lá, no meio de vários quadrinhos bons e uns nem tanto, eu tive meu primeiro contato com Sandman. Já tinha ouvido falar, mas não sabia exatamente o que era. Li "A Casa de Bonecas" em uma manhã, e fiquei lá, me remoendo com milhões de idéias enquanto a chuva não passava. Foi aí que eu conheci o Neil Gaiman.

Visão poética do Homem, com seus olhos claros, seu cabelo desgrenhado
 e suas roupas sempre pretas, por mim.
Ao lado, ele próprio e a sua carismática Morte.

Fiz umas pesquisas e muito me interessou esse inglês misterioso e workaholic, que também havia escrito vários livros que eu sequer tinha ouvido falar. Marcelo também se interessou junto comigo, e comprou Fragile Things em Buenos Aires, mas tinha tantos livros n'A Pilha que ele acabou ficando pra depois. Outro dia, lendo o blog da Deborah, ela contou como Deuses Americanos fez com que ela tivesse outra percepção da religião (assunto que muito me interessava, principalmente depois das sagas atéias do Mr. Pullman, e das sagas profundamente religiosas do Mr. Lewis). Chorei um pouquinho e ganhei de formatura do Marcelo Bernardo, e aí começou a derradeira história de amor. E como toda história de amor entre eu e um autor, ela passa por uma vontade obsessiva de comprar absolutamente tudo que ele já tenha escrito um dia e ler como se não houvesse amanhã. Então, vamos lá para uma série de tópicos dos meus favoritos, para que vocês também se iniciem em Neil Gaiman. E já aviso que sou péssima fazendo resenhas.



1. O Primeiro que eu Li


Você já parou para pensar o que aconteceu com Odin, ou com Ísis e Osíris? Que fim levou os deuses nórdicos, e onde estão inseridos os deuses egípcios na cultura atual, além de povoarem lojas de produtos esotéricos? Pois é, eu nunca tinha parado para pensar nisso, mas pelo visto o Sr. Gaiman já havia. E é nesse mundo que está inserido o Deuses Americanos.

O livro é narrado pelo Shadow (um homem. Sim, porque depois de ler livros e mais livros com pontos de vista femininos ou juvenis, chega a ser estranho estar com um homem), um cara que não é exatamente carismático, mas que acabou me conquistando. O Shadow acaba de sair da prisão e é convocado para prestar um serviço a um homem, chamado simplesmente de Quarta-Feira. E esse homem é um deus. E é seguro dizer que um deus, antigo ou novo, nunca está sozinho.

Neil Gaiman trata do tema, fazendo um paralelo com os valores da religião atual, movida pelo dinheiro e pelo entretenimento. Essa é a história de fundo para tudo que acontece com Shadow, e que mexeu comigo especialmente em um dado momento em que ele reflete algo como: as pessoas acham ridícula a idéia de um deus que era o senhor dos raios, mas se confortam com a idéia de um Deus onipresente e onipotente, que nos acompanha onde nós estamos e sim, vai fazer com que não chova no dia do nosso casamento e que faça com que nosso time ganhe o campeonato. Deus só tem força porque nele depositamos toda a nossa fé.

Shadow se vê nesse mundo de Deuses antigos e novos, ao lado de personagens como o incrível Sr. Nancy, sua ex-mulher que ainda o procura, e um idoso que quer matá-lo com um machado caso ele perca uma aposta. Sim, porque isto é fantasia. E sim, você vai acabar amando o Shadow, mas não tanto quanto você vai amar o Sr. Nancy e seus cheroots. 


2. O Hilário Que Deve Ser Lido Depois de Deuses Americanos
ou O que Ganhou Várias Categorias em 2012


Anansi Boys. Ah, Anansi Boys.  Era uma vez um cara inglês, que não era gordo, chamado Fat Charlie Nancy. E era uma vez o pai do Fat Charlie, que nós tivemos a alegria de conhecer melhor em Deuses Americanos, o Sr. Nancy. Acontece que o Sr. Nancy morreu, lá na Flórida, e cabe ao único filho dele ir reaver o corpo e cuidar do funeral. Acontece também que o Fat Charlie não é o único filho do Sr. Nancy, e de tão tenso e envergonhado, acaba até por ir num funeral errado. Se você tem problemas naquela parte do filme que sabe que o protagonista vai se fazer de ridículo e muda de canal, te desafio a ler 10 páginas desse livro sem tê-lo fechado de vergonha pelo menos umas três vezes. Porque o Fat Charlie passa por muita, muita, vergonha.

E além de tudo isso, ele ainda tem que lidar com o fato que seu pai era um deus. E o pior de tudo, que seu irmão também é.


3. O De Contos


Outra forma de apreciação de Neil Gaiman que eu indico, muito, são os livros de contos. Li Coisas Frágeis em inglês (pois é, geralmente os livros em inglês são tão mais baratos que, no fim das contas, minha coleção crescente do Neil Gaiman é igualmente dividida em livros em inglês e português. Inclusive, em português dividiram Coisas Frágeis em dois volumes, enquanto em inglês é um só), e juro, senti saudades quando o livro terminou. Sentava no canto da fisioterapia sentindo uma dor no meu coração por não tê-lo comigo, por não poder desvendar o final do próximo conto, por não contar as páginas pra saber quanto tempo ainda ia ter ao lado dos personagens que acabei de ser apresentada. É nele que sabemos qual o problema da Susan e porque ela nunca voltou à Nárnia, e conhecemos as festas adolescentes na qual o Vic sempre parece se dar bem, uma sociedade secreta que se encontra para degustar ingredientes que nossa vã consciência sequer sabe que existe, como são criados os demônios, quem é o perturbador Mr. Alice e encontramos o Shadow novamente. Também é importante dizer que há vários poemas intercalando os contos.

Nessa hora meu coração já estava doendo de saudades do Shadow, e amei reencontrá-lo. (É uma comparação infantil, de menininha fútil, mas ele me lembra um pouco o Ryan, do the O.C., por ser um cara sério, que, quando você conhece, acaba se apaixonando.) E eu, que nunca fui muito fã de livros de contos, me rendi a esse do Neil Gaiman, e não sosseguei até comprar o Smoke and Mirrors, que é outro livro de contos também dele. Mas, se for pra ler primeiro, prefiro Fragile Things. Aliás, só de tentar lembrar seus contos, tenho vontade de lê-lo novamente.

Obs: na ótima Revista 21 tem um post de 5 razões para ler Neil Gaiman, caso você ainda não esteja convencido.
Obs 2: depois de virar fã, pode baixar o wallpaper, tá?

Rio: Praça XV


Toda vida que vou no Rio não consigo deixar de ir à feirinha da Praça XV. São suas coisas tão ligadas que sou incapaz de me imaginar estando no Rio num sábado de manhã e não me corroer de curiosidade se aquele quadrinho que estou procurando há séculos ou meu novo óculos favorito irá aparecer por lá. Sinto a feira quase como Norfolk em Never Let Me Go, o lugar onde tudo que está perdido vai.

Mas vamos aos fatos: você tem que ter perseverança. Tem que ter coragem. Tem que saber negociar, e o mais importante de tudo, tem que ter visão. Porque não há o menor critério de escolha dos vendedores do que dispor, então enquanto há óculos vintage de Christian Dior originais, também há garrafas de Teacher vazias, meias sem par e brindes recentes do McDonalds. E, ultimamente, tenho percebido uma crescente mistura de bijuteria da China no meio das antigüidades  então também, tem que ter o bom senso de não se deixar enganar (ou então de ser viciada no eBay a ponto de bater o olho e reconhecer até qual foi de qual loja que aquele anel veio). Mas num passeio que parece absolutamente furado é onde está o segredo de boa parte do meu estilo. Sim, amigos, porque é lá que comprei meus óculos. E se não todos eles, a grande, grande maioria, inclusive o de grau.

Ela tem uma divisão que é a seguinte: o começo, onde tudo tem um preço razoável, os expositores tem um senso médio de organização e produtos. A parte alta, que é onde vendem móveis, todos os expositores são profundos conhecedores e não hesitam em lhe dar uma facada de tão caro que querem vender as coisas. E a parte mais baixa, após a parte alta, que cheira a xixi, tem as barracas mais sem noção de todas, mas é lá que você consegue encontrar, não sem muito esforço, compras que fazem a viagem inteira valer à pena.

E sabe o que é melhor da feira? O preço. Porque é claro que tem expositor que tem senso e vende um óculos Rayban vintage dos anos 1960 de tartaruga (mesmo) por R$ 200 (não na Parte Alta, lá seria R$ 700). Mas tem aquele que vende um quadrinho, primeira edição, original, em inglês, do Garfield por R$ 1. Claro que não é toda vida, mas esses momentos gloriosos existem. Então, voltando as palavras de sabedoria da feira: bom senso, perseverança, coragem e visão.


É assim que geralmente encontramos as barracas boas, uma confusão de coisas sujas e peças misturadas. Mas só de olhar essa foto já vejo um bracelete vintage lindo, aqueles puxadores fofos que eu sempre quero comprar e nunca compro, uma chave antiga (quem sabe pra um colar ou um quadrinho). Sentiram? É assim que o negócio funciona.


Telefone Candy Color = Tendência



Também tem várias barracas temáticas, como a do sr. Japonês, que vende pincéis e miniaturas. Eles não são antigos, mas tem um preço bom, então tudo bem, né (regra 1: bom senso). E câmeras antigas! E olhem todas essas latas e caixas! Meu coração palpita por latas e caixas, mas eu já tenho um número exagerado (muito exagerado, muito) de latas e caixas no meu quarto. Dessa vez não comprei nenhuma.

Mas nunca consigo ir a feira sem comprar um óculos, nem que seja unzinho de R$ 20. Sim, é consumismo, lógico, mas quando é que você vai encontrar uma quantidade tão grande e legal de óculos vintage? E também sempre me perco nos stands de quadrinhos. Esse do Batman passou batido pelo Marcelo, até agora ele se remói de desgosto por não ter visto.

oh, hullo

Confiram aqui o post com todos os achados da feira!


  • A Feirinha da Praça XV acontece nos sábados, geralmente a partir das 10h na... bom, na Praça XV.

Era uma vez uma Estante


Em 2011 um grupo de blogueiras queridas criou um meme que mostrava as suas estantes. Eu estava longe da chamada ~blogosfera~, então nem me animei de fazer. Mas bastou a Tary propor que revisitássemos a nossa estante para fazer um #bookshelftour2013 para que eu criasse coragem de mostrar a minha estante aqui, ali e em todo lugar. Mas antes, preciso fazer algumas considerações:

  1. Meu talento como câmera man é inegável. Vocês riem quando eu bato com a câmera nos livros ou foco em outra coisa enquanto falo de um livro que sequer estou mostrando, mas isso é arte. Ano que vem nos indicados do Oscar de fotografia vocês não irão se surpreender se eu tiver lá.
  2. A quantidade de bloopers nesse video é incontável. São pilhas de livros que se destroem, livros que não voltam para a estante, mapas que amassam, despertador do celular que vibra (duas vezes), e, pasmem, 10 reais que brotam dentro de páginas. Tudo isso foi real, acreditem.
  3. Sim, eu fiz as unhas no fim do vídeo.
  4. E apesar da minha inovação como diretora, o vídeo acabou extremamente longo, mas quem ver até o final ganha um brinde. Aliás, quem comentar ganha dois brindes (pode comentar qualquer coisa vai). Pelo menos assistam até eu encontrar os 10 reais, porque gente, isso é alegria genuína.




Planejamento de Looks de Viagem

Quando eu estava em Londres, fiz uma mini viagem para conhecer a Escócia e algumas cidades da Inglaterra, como Liverpool e York. Fui sozinha numa excursão, e tinha que ir encontrar com o ônibus 6h da manhã num hotel distante da minha casa, então realmente tive que colocar o tico e o teco para funcionarem antes de arrumar a mala. Primeiro porque a única mala que eu havia levado era gigantesca, e eu ainda não tinha ido comprar a outra que acabei precisando para voltar pra casa, tinha só uma sacola de viagem comum. Ou seja, nada de fazer como eu sempre fiz, e colocar todas as roupas do mundo, senão eu ia morrer carregando o peso tanto pelo metrô, quanto pelos hotéis quando tivesse por fora. Foi aí que eu decidi fazer um planejamento de looks que tantos programas de moda da tv ensinam. Sim, levar roupas que combinem entre si, e mais importante, não levar nada de sobrepeso. Então montei os looks num caderno (escrevendo mesmo: meia calça preta, short de couro, bota, blusa branca por baixo, blusa cinza por cima, cardigan preto e casaco bege), levando apenas um vestido extra mais arrumadinho, e fui.

Foi a melhor coisa que eu fiz. Quando chegava no hotel à noite, morta de cansada, só fazia separar o look. E no dia seguinte não precisava ficar raciocinando, era só se vestir e partir pro abraço no full english breakfast (acho que meu prato favorito até hoje, porque se existe vida, ela só faz sentido com bacon e cogumelos no café da manhã). O problema é que como eu só levei uma roupa extra, TODO jantar eu ia com o mesmo vestido (foram só cinco dias, gente hahah), e tal. Tudo bem.

Então quando fui viajar pro Rio dessa vez, tive a ideia de fazer um planejamento, até para escolher o que eu ia levar de acessórios, o que ia combinar, e tal. E fiz desenhando, assim bem tosco mesmo, só pra visualizar melhor.




Não foi um planejamento muito sábio, porque dependia de algumas coisas que eu ainda ia comprar (uma sandália rasteira, por exemplo), mas pelo menos levei várias roupinhas extras. Nada de muito glamouroso, porque em viagem eu quero ficar confortável acima de qualquer coisa. (E não, eu não acredito em blogueira de moda que diz que look de viagem comporta salto Louboutin 15. Aposto que ela tava de croc e trocou só pra tirar a foto). Mas aí né.

Aí eu estava no Bar Urca, quando, descendo um batente... Eu caí. E eu torci o meu pé. Mais uma vez. Então todo o meu planejamento de looks, todo o meu planejamento de programas que iria fazer no Rio... tudo foi por água abaixo. Porque essa passou a ser a minha realidade.


No dia mais quente de verão registrado nos últimos 60 anos, eu estava indo pro hospital aos prantos, com o pé inchando e virando a Tia Guida, e meu joelho esfolado latejando. Rio 46º e eu de gesso na perna. Às vezes eu jurava que minha perna estava defumando, de tanto calor que eu sentia, e meus dedos dos pés virando linguicinhas.

Mas assim, soando extremamente romântica, Deus põe as pessoas certas nas nossas vidas. E Ele colocou o Marcelo na minha, e uma disposição enorme no coração dele, porque ele me empurrou de cadeira de rodas velha por todos os programas que deu para a gente fazer. E me deu apoio quando eu tive que subir escadas aos pulinhos. E me empurrou em todas as araras da Zara e esperou pacientemente eu escolher entre um monte de blusas, e choramingar um pouco porque queria mesmo era comprar calças e saias.

Então assim, os looks do dia furaram completamente, e passaram a ser uma variação do mesmo tema: short jeans DIY (sorte que eu levei dois), camiseta folgada e sapato, porque uma havaiana é uma bomba num pé torcido (imagina CAIR DE NOVO). Sapato cozinhando o meu pé bom, por sinal. Mas sim, deu para comprar uma rasteira.

E também deu para ver a árvore na Lagoa, deu para sair para jantar, almoçar e até lanchar no Outback (lanche saudável, por sinal). E muito importante, também deu pra ir na Praça XV.

E não vou nem começar na vida de ser cadeirante por alguns dias, porque enquanto teve muita gente solícita e educada, que fazia questão que eu passasse na frente e me tratava com gentileza, cansei de receber sacoladas no meio do shopping. Enfim. Pelo menos já estou de muletas agora :)

Goodie #1


Eu não sei se é correto dizer que o Neil Gaiman é meu autor favorito, mas ele está facinho no Top 5. Não somente pelos livros de fantasia incríveis e as colaborações em graphic novels (mas prefiro os livros), mas pela simples existência. Sim, me conforta saber que respiro no mesmo universo que Neil Gaiman. Na virada do ano, ele postou no facebook essa frase (créditos então e felizmente à ele, que deve estar cansado de ter seu trabalho atribuído a frases que começam com "as mulheres são como maçãs"), e eu precisava compartilhar. Vamos a uma tradução livre:

"Eu espero que nesse ano, você erre.
Porque se você está errando, significa que você está fazendo algo de novo, tentando coisas novas, aprendendo, se levando ao limite, desafiando a si mesmo, mudando o mundo. Você está fazendo coisas que nunca fez antes, e o mais importante, você está fazendo ALGO. 
Então esse é o meu desejo para você, e para todos nós, e meu desejo para mim. Faça novos erros. Faça gloriosos, incríveis erros. Faça erros que ninguém fez antes. Não congele, não pare, não se preocupe se não está bom o suficiente, ou se não está perfeito, o que quer que seja: arte, ou amor, ou trabalho, ou família, ou vida.
O que quer que seja que você tem medo de fazer, faça.

Cometa seus erros, ano que vem e para sempre."
 
Eu adoro wallpaper mensal, mas tenho um lapso muito grande no computador de casa, que quando percebo estamos em 2013 com wallpaper de Junho do ano passado. Fiquei procurando um sem os meses e acabei sem encontrar, então aqui vai para vocês que, assim como eu, são incapazes de atualizar o wallpaper todo mês. E para vocês, que assim como eu, precisa lembrar de errar de vez em quando sempre.

Update! Versão para widescreen - Download Wallpaper

Agendas e 2013!

Custo a acreditar que 2012 já acabou, especialmente quando parece que foi ontem que comecei a trabalhar de perna engessada e muletas, passei o Reveillón na casa de amigos aqui em Fortaleza e o carnaval em Brasília. Ontem, gente. Mas na verdade, já voltei do Rio da viagem de fim de ano (aproveitando o recesso - posts de viagem virão!), e estou aqui, pronta para que 2013 seja o melhor ano da minha vida. E por que não seria, não é? Só de o mundo não ter acabado, já estamos todos no lucro.

Tendo em vista essa minha meta pouco fácil (de que 2013 Já É o Melhor Ano de Todos), ano passado eu decidi comprar uma agenda incrível e organizar tudo, porque quando a gente vê páginas e páginas em branco porque você não fez nada que se aproveitasse dos seus dias, o desespero da mudança bate, e você faz alguma coisa. Isso deve ter feito algum sentido, espero.

Veio então o santo eBay, todo poderoso das pechinchas, e desvendou o universo das agendas lindas coreanas, com um preço bom (ok, não estão a preço de banana, mas você já experimentou comprar alguma agenda grifada daqui do Brasil?), e tudo que a gente sempre sonhou. Sério, morri 100 vezes quando descobri a loja das agendas, e quase não dormi de noite na dúvida absurda de qual agenda ia comprar. Mandei mensagem de madrugada pra uma amiga, e cheguei no trabalho no dia seguinte ainda amarela de preocupação, até conseguir decidir. Por, tchamtchamtchamtcham, essa daqui:


A gente vê tantas agendas diferentes e lindas, com tantas funções, que acaba se confundindo um pouco, e achando que tudo vem tudo. Ok, explico: tem agendas que tem páginas para anotar gastos. Agendas com planejamento semanal, agendas com folhas especiais quadriculadas e folhas em branco. Agendas com fotos fofas e agendas pautadas. Dentre tantas opções ebayisticas, acabei ficando meio confusa, e achei que, sei lá, minha agenda ia vir com um livro de receitas acoplado ou algo assim. No fim das contas, ela é uma agenda clean e ADULTA (don't laugh), que contém:

  • Planejamento anual (que é onde anoto todos os livros que li e marco os feriados com canetinha fluorescente, contando os dias para a sua chegada)
  • Planejamento mensal
  • Dia a dia

Aproveitando o frete (e a facada natalina no meu pai - valeu, Papi!), comprei também um kit de canetas, um scrapbook/album super legal, e adesivos. Lógico. Porque a parte primordial da função agenda é ter uma agenda enfeitada, e isso seria praticamente impossível sem adesivos lindos!

E fiquei muito feliz e surpresa, porque a agenda vinha com Dezembro de 2012, então tive um mês para brincar, fazer um planejamento mensal horroroso (nota: fazer um moodboard de agendas com planejamentos mensais lindos), e aprender a enfeitar preencher a agenda como parte da rotina.






Acho que eventualmente, se fizer uma página especialmente bonita ou algo assim, volto a postar aqui. Eu, pelo menos, sempre me sinto inspirada e estimulada ao ver o que os outros andam fazendo. E vocês, já compraram a agenda 2013?

OBS: Pedi a agenda no finzinho de novembro, e meu pacote enorme e cheio de coisas chegou em 15 (QUINZE) dias. Isso foi um record do eBay, porque tem coisas que pedi em setembro e ainda não chegaram. Possuída pelo ritmo da agenda, uma amiga minha (Ana Flávia dos sapatos lindos) comprou um dia antes, e até o dia 21 de dezembro ainda não havia chegado. Então, sei lá, dá pra pedir ainda, mas ciente que só vão poder começar a preencher e ~enfeitar~ a agenda lá pra Fevereiro!

OBS 2: Já curtiram a página do blog no facebook?

25 anos. Mora no Rio de Janeiro, é carioca de alma, mas cearense de coração. É designer e está tentando se encontrar nesse mundo. Sou casada com meu melhor amigo, o Marcelo Bernardo, e mãe da Dindi the Boston.

Gosto de ler, de dormir de rede, de inspirações repentinas e de petit gateau. Mas o mundo seria muito melhor sem aliche gente que fura fila. Ah, e de vez em quando eu desenho.

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