Retrospectiva Literária 2013

Fim de ano chegou, e com ele um nível de descaso tão grande com esse blog que tenho posts no rascunho, mas não consegui publicar. Oremos por um 2014 com um pouco mais de coragem, haha. Enquanto isso, fiquem com um vídeo necessário (e enorme!), da retrospectiva literária minha e de MB esse ano. Vale lembrar a de 2012 também, e espero que em 2014 ainda consiga ler MAIS LIVROS!




Ah, o post original é da linda da Tary. E aqui em baixo segue a lista de todos que lemos esse ano (em negrito são os favoritos):

Em 2013, Gabriela leu:
Anna e o Beijo Francês - Stephanie Perkins
As Vantagens de Ser Invisível - Stephen Chbosky
Never let me go - Kazuo Ishiguro
Lugar Nenhum - Neil Gaiman
A Vida Secreta das Abelhas - Sue Monk Kidd
A conversa chegou à cozinha - Rita Lobo
Bom Jesus e o Infame Cristo - Phillip Pullman
Orgulho e Preconceito - Jane Austen
A Filha do Fabricante de Fogos de Artifício - Phillip Pullman
M is for Magic - Neil Gaiman
Todo Garoto Tem - Meg Cabot
A Sociedade do Anel - J.R.R. Tolkien
Rita Está Crescendo - Telma Guimarães Castro Andrade
Pedro Médio & Rita Doce - Telma Guimarães Castro Andrade
O diário nem sempre secreto de Pedro - Telma Guimarães Castro Andrade
A Parisiense - Ines de La Fressange
Oceano no Fim do Caminho - Neil Gaiman
Meio Intelectual, Meio de Esquerda - Antônio Prata
Fahrenheit 451 - Ray Bradbury
Paper Towns - John Green
Anya's Ghost - Vera Brosgol
Make Good Art - Neil Gaiman
Luna Clara & Apolo Onze - Adriana Falcão
O Livro do Cemitério - Neil Gaiman
Cidade dos Ossos - Cassandra Clare
French Milk - Lucy Knisley
Relish - Lucy Knisley
Coraline - Neil Gaiman
Cidade das Cinzas - Cassandra Clare
Todo Dia - David Levithan
Cicatrizes - David Small
Looking for Alaska - John Green
City of Bones - Cassandra Clare
Cidade dos Anjos Caídos - Cassandra Clare
Fortunetely, the Milk - Neil Gaiman

Em 2013, Marcelo leu:
Tropicália - Sérgio Cohn e  Frederico Coelho
Estorvo - Chico Buarque
Benjamim - Chico Buarque
Mestre Gil de Ham - J. R. R. Tolkien
Hoba-la-lá - Marc Fisher
Coisas Frágeis - Neil Gaiman
Wind in the Willows - Kenneth Grahame
O Mágico de Oz - L. Frank Baum
M is for Magic - Neil Gaiman
Once upon a time in the north - Philip Pullman
The Adventures of Huckleberry Finn - Mark Twain
Lugar Nenhum - Neil Gaiman
Essa tal de bossa nova - Bruna Fonte E Roberto Menescal
Tom Jobim - Wagner Homem e Luiz Roberto Oliveira
Fahrenheit 451 - Ray Bradbury
As Crônicas Marcianas - Ray Bradbury
O Oceano no fim do caminho - Neil Gaiman
Solar da Fossa - Toninho Vaz
A Ciência dos super-heróis - Louis Gresh e Robert Weinberg
O livro do cemitério - Neil Gaiman
The war of the worlds - H. G. Wells
Fundação - Isaac Asimov
A teia de Charlotte - E. B. White
Meio intelectual, meio de esquerda - Antonio Prata
Admirável mundo novo - Aldous Huxley
Fortunately, the milk - Neil Gaiman
Make good art - Neil Gaiman
Odd e os gigantes de gelo - Neil Gaiman
Good Omens - Neil Gaiman e Terry Pratchett
Árvore e folha - J. R. R. Tolkien
Fundação e Império - Isaac Asimov
Essa história está diferente - Ronaldo Bressane (organização)

Resenha: Os Instrumentos Mortais

Cidade dos Ossos, Cidade das Cinzas e Cidade de Vidro - ou um post com vários gifs

Pensei muito antes de vir aqui e escrever essa resenha. Minhas amigas já sabem, porque vira e mexe eu me voltava para elas com comentários assim, meio por cima, da culpa que eu sentia por estar amando tanto esse livro. Esse livro péssimo. Mas tão péssimo que, aff, como é bom.

Eu assisti o filme dos Instrumentos Mortais no cinema, e não sei se foi a cena absolutamente improvável do beijo na estufa no meio da chuva dentro de um prédio (como não amar), ou a presença do Robert Sheehan, que é um poço de carisma e amor. O filme conta a história da Clary, interpretada pela nova queridinha Lily Collins, que um belo dia descobre que tudo que tinha como verdade é uma mentira, e na verdade ela é uma caçadora de sombras. E aí ela conhece o Jace.



Primeiro, é importante dizer que o ator do Jace é, no mínimo, estranho. E o personagem é mimado, é egocêntrico, se acha lindo, é talentoso, e... sente uma atração sem precedentes pela Clary. E o coitado do Simon, Robert Sheehan, fica no canto, porque esse é um filme para adolescentes, e se não tivesse um triângulo amoroso, qual o propósito? Então, depois da cena do beijo na chuva (amo/sou), e depois de uma declaração que fez meu coração se partir em pedacinhos, o filme terminou de uma forma super incoerente e absurda, com a revelação que vai permear todo o resto das vidas de todo mundo. O Jace e a Clary são irmãos. O normal seria eu pensar que a experiência toda foi uma bosta e seguir com a minha vida, e esquecer que um dia vi esse filme. Mas não. Por algum motivo, eu cheguei em casa e pesquisei sobre a história (!)
#simonfofo #mãosfortes #prefereovideogame #nãomeama #ObcecadopelaEx

Acontece que a autora, a Cassandra Clare, era super fã de Harry Potter, e escreveu uma série de fanfics de sucesso, todas puxando para aquele universo em que o Draco e a Gina são a alma gêmea um do outro. E teve uma época muito feliz da minha vida em que eu adorava ler fanfics, então acabei ficando com aquilo na cabeça. Estava no aeroporto, pouco tempo depois, e me vi sem nada para ler, com o primeiro volume da série na minha frente. Um vôo e 200 páginas depois, já estava irremediavelmente viciada na Cidade dos Ossos.

E eu não queria porque o livro é TÃO ERRADO. Eu já tinha visto o filme, e já sabia desde o começo que eles eram irmãos, mas não conseguia me conter.

Sinceramente, o que move a história toda é o romance entre os dois. Eu lembro de ler o primeiro livro de Crepúsculo e ficar com aquela mesma sensação de palpitação, de não conseguir me segurar de amor, de faltar ter um ataque cardíaco quando o Edward Cullen faltou na escola. Mas logo no segundo livro o romance já havia perdido a graça, e até terminar o último foram tantas incoerências e absurdos que já estava odiando tudo aquilo. Essa sensação pré-adolescente de não conseguir lidar com a tensão entre dois personagens acontece o livro inteiro. Inteiro. Prendi a respiração diversas vezes, me sacudi toda de raiva alguns momentos (eu estava no avião), e li e reli e reli centenas de vezes a cena em que eles finalmente se beijam. E meu cérebro insistindo: MAS ELES SÃO IRMÃOS!



FEEEEELLLLSSSSSSSSSSS


Troquei pelo skoob o livro 2 da série, e assim que chegou comecei imediatamente a ler. No segundo livro os personagens começam a ter mais voz na série, não apenas Clace (SIM). E a história segue se construindo, sem furos gritantes, e com a narrativa animada, daquelas que a gente devora. E eu lá torcendo, sem querer torcer, para que os dois ficassem juntos. Passei o livro inteiro na expectativa que eles ficassem juntos (mas eles são irmãos! Isso é errado!), e quando isso finalmente aconteceu, pensei que fosse morrer de alívio e de MEUDEUSISSOESTAERRADO.

Veja bem, eu li a série das Crônicas de Gelo e Fogo, e já estava acostumada com a temática do incesto. Mas enquanto a relação do Cersei e do Jaime deixam aquela sensação ruim na boca do estômago, você acaba se acostumando. Veja bem, não é que eu ache normal. Mas não sentia a menor empatia pelo relacionamento dos dois, se estavam juntos ou separados tanto faz, e aliás que filho nojento que eles colocaram no mundo, etc. Enquanto no romance da Cassandra, cada sentimento da Clary pelo Jace e vice-versa é detalhado e envolvente, e embora você saiba que você não deveria estar fazendo aquilo, você está. Você está torcendo pelos dois. Você quer que o mundo inteiro desapareça, e eles fujam, e vivam com esse segredo bem longe, para o resto da vida, e tenham uma penca de filhinhos errados por aí.

Página sim, página não


Até que [spoiler] começou a ficar claro que eles não eram irmãos. E todas as pessoas que estavam prestes a dizer isso para um dos dois tinha uma morte ridícula e dolorosa. [/spoiler] E posso dizer que passei a maior parte do livro 2 e do livro 3 com uma vontade genuína de jogar o livro pela janela em diversos momentos. Mas a história se manteve, a guerra entre o líder Valentin e o resto dos clãs faz sentido. Aliás, no desenrolar do livro 3, acabamos descobrindo muito mais sobre o passado de Valentin, o que faz com que o personagem seja ainda mais odiável. E não só o Clace (não me canso disso), mas o relacionamento da Clary com a sua mãe, com a figura paterna lobisomem Luke, com as mudanças do melhor amigo, com o desenvolvimento de uma amizade com uma menina que é nada parecido com ela, o descobrir dos poderes... Tudo isso é bem construído, e acima de tudo, envolvente. E faz com que a gente esqueça que está torcendo com todas as forças por um casal que não deveria ficar junto (mesmo).

No fim das contas, fiquei surpresa positivamente com a série. Além de achar super legal a ideia de ter tatuagens que dão poderes (sim!), consegui ver algumas referências de outros livros, tipo Harry Potter, e algumas semelhanças até mesmo com Star Wars - de coisas grandes e óbvias como irmãos que não sabem que são irmãos, filhos do cara mal... Até com pequenos termos, a forma como algumas situações são descritas. E o lobisomem Luke, que não deixa de me lembrar demais o Luke de Gilmore Girls? E isso tudo não faz com que a gente queira bater na Cassandra Clare e gritar PLÁGIOOO, e sim um tipo de reconhecimento através das páginas, como se o livro fosse escrito por uma amiga, sobre universos que vocês duas tanto amam, com aqueles romances que vocês duas morrem de dar risadinhas e de repassar todos os diálogos, centenas de vezes, até cansar. O terceiro livro acabou super amarradinho, com um baile (como não amar?), e eu fiquei curiosa para saber o que é que resta acontecer. [spoiler] Obviamente o Sebastian vai voltar, até porque essas pessoas aprendem com o Martin o incesto, mas não aprendem a base da história das Crônicas de Gelo e Fogo? Se não há corpo, de preferência decapitado, a pessoa não morreu [/spoiler]

Tanto que comprei o livro 4 e o 5 juntos, esse fim de semana.
Viciada, sim ou não?

#teamJace



12 Coisas que Abrilhantam o Meu Dia

A Amandinha inventou essa lista deliciosa, que a Analu postou um dia desses e eu, que estou devendo um monte de posts por aqui, resolvi aproveitar e postar. A verdade é que minha lista poderia ter sido resumida em um item, Dindi Hangnel-chon, mas me esforcei para pensar em outros 11 motivos que transformam um dia sem graça num dia incrível.

Dindi the boston comendo côco e abrilhantando o seu próprio dia


1. Dindi
Não tem como ela não ser o primeiro lugar: a ideia de chegar em casa e ter Dindi me esperando no sofá faz com que toda a minha rotina caminhe, que o sábado chegue mais cedo, e que todas as noites tenham um outro sabor. Amo essa cachorra!

2. Não precisar ir pro salão
Eu odeio ir ao salão, mas adoro estar arrumada, então ao mesmo tempo que meu estômago se contorce e as lágrimas rolam ao pensar que sábado terei que passar o dia inteiro refém daquela sala sem 3G cheia de revistas Caras e barulho de secador, ele também se enche de borboletas de felicidade ao olhar para as minhas mãos e perceber que elas estão feitas. Estão lindas. Não preciso ir pro salão. A vida é boa.

3. Queijo prato no café
Já falei aqui, já fui julgada, mas existe algo de simples e reconfortante em colocar queijo (prato) no capuccino, e pensar naquele pão com manteiga acompanhando, enfim. A vida é boa, e quando o dia começa com café e queijo, ela fica melhor ainda.

4. Estar passando um filme que eu amo na tv e eu conseguir assistir do começo
Eu tenho alguns dvds dos meus filmes favoritos, mas existe um sabor todo especial em estar deitada passeando pelos canais e pegar Moulin Rouge passando do começo. O filme tem mais graça, a vida tem mais brilho, e sim, eu poderia me levantar e colocar o dvd para assistir, mas esse tipo de decisão exige muito mais do que as vezes nosso ânimo permite.

5. Estar com sapatos bonitos
Quando saio com minhas sapatilhas de glitter pareço ouvir dentro de mim uma versão alternativa dessa música, que fala algo como: que sapato sensacional, olha os detalhes do sapato! Que combinação de glitter, que brilho celestial!

6. Vento de tarde
Fortaleza é uma cidade agraciada pelo clima, nunca quente demais, mas na segunda metade do ano nós temos um vento maravilhoso que varre o meu quarto e afaga a minha vida. Tem cheiro de adolescência, é a temperatura ideal, bagunça todos os meus desenhos e sempre me traz lembranças maravilhosas. Me dá vontade logo de estar na varanda da casa de praia, lendo, mas a verdade é que só de estar em casa deitada na cama sentindo o vento já deixa o meu dia maravilhoso.

7. Não saber o que quero comer, me deparar com o meu desejo mais obscuro e achar que nunca fui feliz em toda a minha vida
É assim: estou com fome, mas não sei o que quero. Sushi não parece bom, nem pizza, não quero cozinhar, estou com preguiça, o mercado é longe. MB me oferece mil coisas, e nada parece bom. Até que, vencida pelo cansaço, acompanho ele até a lanchonete, bato o olho naquele cachorro-quente embrulhado em papel alumínio, e pronto: os sinos tocam, os golfinhos se agitam na água, e eu fico tão feliz que quase choro. Posso ter comido cachorro-quente semana passada, mas hoje e só hoje, ele está com o gosto dos deuses. Essa situação não é freqüente, mas a sensação da frustração combinada com a alegria de encontrar A Comida Das Comidas é tão reconfortante que… Abrilhanta meu dia. Muito.

8. Quando MB me traz docinhos
Simplesmente <3 p="">

9. Quando várias pessoas curtem algum desenho meu no tumblr ou tiro uma foto linda que tem muitas curtidas no instagram
Meu tumblr é tão abandonado e eu demoro tanto a atualizar que tudo vai bem quando vejo que alguma ilustração que eu coloquei conseguiu sair do limbo das no-máximo-cinco-curtidas. Ao mesmo tempo, tem vezes que tiro uma foto que acho super legal e que não alcança o sucesso que eu imaginei, enquanto já aconteceu de eu colocar uma foto absurdamente nada a ver que faz o maior sucesso no Instagram. Vai entender.

10. Água de côco
Moro em Fortaleza e tomo água de coco numa freqüência bem menor do que eu considero justa, e sempre que tomo me pergunto:  por que insisto em tomar outras coisas que não água de côco? Dindi me entende, porque se tem uma coisa que abrilhanta o dia dela é poder comer as carninhas que sobram.

11. Lençóis limpos e cama feita
Especialmente quando é a cama do MB, que tem todo um cheiro especial. Não resisto ao cheirinho de amaciaste, e só de encostar num lençol fofinho não me resta alternativa senã- zzzz

12. Livros viciantes
Eu adoro ler livros novos, mas as vezes eles demoram para pegar no tranco, e passo um tempo postergando a vida, mas nada me deixa mais feliz do que estar viciada numa história. E não me agüentar para chegar em casa e ler, e deitar cedo para ler, e acordar tarde e continuar lendo até a barriga roncar de fome. É muito bom, e no mundo ideal eu acordaria mais cedo todos os dias para ter o prazer de me doar algumas páginas todos os dias. Tenho certeza que trabalharia muito mais feliz! Se bem que, ao mesmo tempo, dormir também é tão bom...


Sobre o Amor, sobre o pedido, e sobre o "sim"

2006
Não é freqüente eu falar desse tipo de coisa aqui, mas tem algumas coisas que precisam ser compartilhadas. Tipo quando você encontra o amor da sua vida, coisa que todo mundo já sabe que eu encontrei - mas que, sete anos e meio (!) depois, não deixa de te surpreender.

Porque a gente acha que conhece uma pessoa, e sobretudo, depois de muito tempo, acaba acreditando que muito do que ela é hoje depende diretamente de você. Os gostos, os cds, até mesmo o quarto, o jeito como ele virou o mestre do risoto capitão do arbóreo, quando naquele primeiro jantar, há mil anos atrás, o cardápio foi macarrão grudento. Acho que ele talvez não goste de que eu diga isso, mas ele sabe a namorada meio doente que tem, então passou de ser a pessoa que teve que ir enganado pro cinema assistir Sweeney Todd (achando que era um filme de suspense, hehe), para uma pessoa que sabe cantar o musical dos Miseráveis de cabo a rabo. Pra me acompanhar? Sim, claro. Mas porque ele mudou também.

Só que a gente às vezes também não percebe como, de um jeito ainda mais sutil, e mais especial, a gente mudou também. Porque a gente, que não tem jeito nenhum pra esse tipo de coisa, vira mestra Pokémon e derrota o Red sem save, e ainda captura um Moltres Shinning (oh, yes). Porque a gente demora anos e anos até chegar ao equilíbrio perfeito da alquimia de fazer o capuccino delicioso, cremoso e aveludado, mas com as bolinhas de leite que a outra metade tanto gosta. Porque a gente diz TRIPLEKILLTRIPLEKILL/AMOR TEM UM KABUTO NA COZINHA quando vê uma barata. Porque a gente diz que "I love you/I know" com a mesma vêemencia com que diz "LeFou eu estive pensando! - Cuidado com isso - Eu sei…".

E porque, e especialmente porque, eu imaginava toda uma vida diferente aos 23 anos. Enquanto sempre ouvi as minhas amigas falando do sonho do casamento, do véu e da grinalda, e depois da barriga de grávida, a quantidade ideal dos filhos… Eu ficava pensando em outras tantas coisas. Quer dizer, nunca foi minha prioridade casar, muito menos ter filho. Nunca gostei muito de criança, nem soube o que fazer com elas (ainda não sei), nem sonhei em me ver com o barrigão e nem vestida de branco numa igreja cheia de flores. Muito melhor me ver em Londres, não? Mas bastou vê-lo entretendo crianças, o amor que ele sente e o jeito (e como tem jeito, meu Deus!) de domar todo e qualquer temperamento, e bastou conhecer você melhor, e bastou olhar dentro dos seus olhos naquela primeira vez, que acho que eu soube.

Logo naquele primeiro olhar arrebatador, eu soube.

Vou me casar com você.
Mas o tempo foi passando, e passando, e toda vida que eu achei que você fosse pop the question, não acontecia. Nosso futuro parecia incerto, e a gente sempre pensou muito nas nossas indecisões, nos nossos sonhos, pra onde a vida estava nos levando, essas coisas. Passei um tempo ansiosa com o pedido que não chegava nunca, mas depois deixei pra lá. Esquece. No dia que tiver de ser, será, né?

Só não esperava que fosse na casa de praia, numa noite especial, numa sala toda iluminada a luz de velas, depois de uma playlist genial e cheia de indiretas. Porque no cd eu te dizia que "You ought to give me wedding rings", e você me rebatia com "Não te darei presentes não te darei pois envelhecem e se desbotam". Eu dizia que "if you liked, then you should have put a ring on it", e você me respondia que "Say you don't need no diamond rings, and I'll be satisfied". Mais eis que, do nada, você me fala que "largo tudo se a gente se casar domingo".

E você se ajoelha, e você me pede pra casar comigo, e você me entrega uma caixa. Não com um anel de diamantes, mas com a aliança de bodas da minha avó, com o nome do meu avô gravado. E eu, pela primeira vez em toda a minha vida, fiquei sem palavras, e não te dei o gostinho nem de me ouvir dizer o sim. A gente sempre imagina a cena milhões de vezes na nossa cabeça, mas quando acontece, e quando é real, e quando a voz parece que desapareceu, eu sei que você soube. É claro que eu me caso com você. É claro! Até agora sinto o abraço que você me deu quando eu peguei e coloquei a aliança no dedo, porque nunca me senti tão acolhida, tão segura, tão feliz.


E hoje, dias depois, quando minha voz parece finalmente ter voltado, eu posso dizer que sim, sim, sim, eu aceito! Porque faz sete anos e meio que nossos olhares se cruzaram na sala do colégio, porque fazem sete dias que não consigo sequer pisar no chão de tanta felicidade, porque sinto que fazem milênios que a gente é um do outro. No fim das contas, o que importa é que MB liked it. So, he put a ring on it!

Pavlova de Chocolate com Calda de Morango



Quando eu era mais nova, era facilmente influenciada pelo The Sims. Eu sei que pode parecer absurdo, mas esse jogo marcou desde os meus passos de dança (alô The Sims 1 Nightlife) até a minha tentativa de aprender a tocar violão sem aulas, só na repetição (se eles podem, por que não eu?). No The Sims 2 então, que você podia ver o preparo dos pratos, eu passava dias e mais dias sonhando em provar um Mac'n'cheese, que só pode ser muito bom, afinal, se eles passam o dia todo pensando nisso, tem que ser. Me provei certa na teoria do Mac'n'cheese e realmente é delicioso (depois ponho minha receita aqui), falhei em aprender a tocar violão, mas acertei em outra coisa: ver programas de culinária realmente melhora as suas habilidades de chef. E desde então venho assistindo esses programas quase religiosamente.

De todos os chefs que aparecem na nossa televisão, a que eu mais me identifico sem dúvidas é a Nigella. Vejo naqueles pensamentos gordos e naquelas receitas deliciosas tanto de mim, e se fosse para escolher alguém para cozinhar para mim durante todo o resto da minha vida, seria ela. Desculpa Jamie com seus programas de reeducação infantil, mas eu gosto mesmo é de bacon, e de chocolate.

Um dia desses estava de bobeira assistindo tv quando me deparei com a Nigellinha fazendo essa delícia. No momento em que eu vi aquele suspiro gigante saindo do forno, me lembrei de já ter visto aquela mesma receita há mil anos, quando ainda era criança, e a imagem daquele suspirão ficou me guiando por dias e dias à fio. Agora, aos vinte e três anos e me considerando um ás dos bolos, fui fazer.

A receita é muito simples, eu criptografei enquanto via o programa, mas também dá pra pegar no próprio site da Nigella. 

Depois de pronto, é recomendado comer em... hahahaha, impossível dizer, porque acabou imediatamente. Também, né? Por favor. É um suspiro gigante de chocolate.

O Diabo Veste Cropped

Verdade seja dita: eu sempre achei a moda cropped muito charmosa. Bom, obviamente que há algum tempo, a idéia de voltar a sair por aí de barriga de fora era meio absurda, mas sempre vi um toque até elegante no tal estômago aparecendo, uma coisa meio provocativa pero no mucho, meio pin-up. Aí, como a nossa querida Miranda já nos ensinou, começa a popularizar, e quando a gente menos vê, ela virou um monstro.

Ontem tive o desprazer de ir no shopping e perceber que a moda cropped é o novo cosplay de Beetlejuice. E é uma tendência tão fácil de ser absorvida que, tal nosso amiguinho listrado, já se popularizou e está em todas as vitrines, e o pior, emoldurando o bucho de centenas de colegas por aí. O problema é que, ao contrário da famigerada zebra que no máximo era meio ridícula, o cropped pode passar de um detalhe sensual e interessante a algo que te faça querer sair correndo para as colinas.

Então.
Boa parte da popularização segue a falsa ideia, que eu mesma já divulguei, que as costelas sempre estão magras. Falo por mim e por minhas amigas, e é verdade: embora lá debaixo do umbigo estejam vestígios do último brownie com sorvete, ali em cima (embora mais recheada em épocas fartas) nunca chega a ficar feio. Mas o bom senso mandou lembranças na hora de escolher o look cropped para ir bater perna numa segunda-feira no shopping. E assim, não vou me adentrar num post "Como Usar Top Cropped", porque a blogosfera está cheia deles, hehe, mas vamos lá falar de alguns pecados que me deparei nessa análise antropológica que foi a praça de alimentação ontem.

Primeiro pecado:
Top cropped + mini saia/minishort

Toda a graça do cropped consiste em mostrar apenas um filete de barriga, um vislumbre de pele. E para isso, necessariamente, a pessoa precisa usar algo de cintura alta, e de preferência não muito curto, para não ficar feio. Não vou dizer para não ficar vulgar, porque o corpo é meu e se eu quiser sair do jeito que eu quero tudo bem, contanto que eu esteja bem, e pelo amor de Cristo, você não está bem de top cropped e micro saia. 

Segundo pecado:
O Umbigo

Top cropped não mostra umbigo. Esse é tipo o arroz com feijão do cropped, o cropped for dummies: umbigo deve ser vetado, tirando raras exceções de barriga maravilhosa e obcecada, aka #geracaopugliesi, gente, não. Não. O pior é que sempre que a pessoa mostra o umbigo, ela geralmente se confunde no conceito e acaba colocando um short que era pra ser cintura alta e não é, criando tipo um olho gordinho no meio da barriga. Lembra os anos 2000, quando todo mundo usava calça baixa e umbigo de fora, que Britney era rainha? Pois é, mas não é o caso agora.

Terceiro pecado:
Achar que todo sutiã é um top cropped.

Sim, também vi isso. Socorro. Hahaha. 

Lily Colins musa

Não consigo encontrar de onde veio essa imagem originalmente :(
Mas ela não está maravilhosa?


Agora, voltando ao texto:

E olha, não é uma questão de peso, não é uma questão de corpo, é uma questão de saber como fazer a tendência funcionar a seu favor, e não contra você. Porque eu ainda acredito que essa moda é linda e pode ser usada por todo mundo, mas se usada com BOM SENSO. E fica linda. Em baixinha, alta, gordinha, magérrima, fitness, meninas quadradas, meninas redondas, meninas do bundão. É só pesquisar um pouco até se sentir bem, testar as modelagens que mais funcionam, e… Viver. E se você não gostar, não usa, gente, fim da história. Daqui a alguns meses te garanto que vai aparecer outra moda maravilhosa, e todas essas croppeds ficarão guardadas na memória, do lado das calças do beetlejuice e sneakers de salto (que ainda tenho e uso para ir pra shows, tudo bem? Obrigada).





Vídeo: Mais um sobre Harry Potter

Dia desses eu fiz um texto sobre o Harry, que aliás é um assunto meio recorrente aqui no Pudding. Todo mundo sabe que eu sou fã incondicional, até meio louca, então quando surgiu a proposta lá na Máfia da gente gravar um vídeo com esse desafio de 50 dias de Harry Potter, como dizer não?

Resenha: As Vantagens de Ser Invisível



Querido Charlie,

Pensei em diversas formas de como poder explicar ao mundo como nossa "relação" foi especial. Sei que é pretensioso dizer que o que tivemos foi um relacionamento, mas através de suas cartas pude te conhecer melhor - aliás, te conheci muito, meu amigo -, e tem tanto de você nelas que sinto como se estivéssemos um do lado do outro nesse exato momento. Eu sei que você está aí, Charlie.

Devo dizer que, apesar de me sentir feliz ao vê-lo finalmente se encontrar nesse mundo, e se deixar ser encontrado por pessoas incríveis, senti um pouco de inveja. Sei que não é o sentimento mais bonito do mundo, mas ele acontece com alarmante frequencia, especialmente quando se é um pouco mais velgo e começa a ter. E ter passa a ser mais importante que ser. E eu sou, ou pelo menos era, muito solitária. Pelo menos antes de você me provar que eu estava sozinha nesse mundo.

Primeiro porque seus amigos são incríveis (não sei se tive a oportunidade de dizer isso antes, mas sinto muito pelo Michael), e adorei ler sobre o tempo que vocês passaram juntos, desde os momentos mais bestas até os amigos secretos. Queria ter amigos legais assim, especialmente na hora de trocar presentes! (hahaha, eu ainda estou melhorando essa minha mania de ter tudo). E o Rocky Horror Picture Show! Você bem sabe como eu amo musicais. Deve ter sido incrível, e eu realmente queria ter estado lá.

Quer saber de uma coisa, Charlie? Quando eu tinha a sua idade, também tinha amigos incríveis. Mas você sabe como é a vida, e às vezes algumas pessoas ficam para trás, mesmo que a gente se pergunte o motivo disso ter acontecido. E você se vê só. Mas saber da sua vida me fez ter certeza que sim, existe gente incrível nesse mundo, e mais incrível ainda é a sorte que temos de conhecê-las! E a gente não merece menos que estar cercada de pessoas que nos tem amor, seu professor não poderia estar mais certo ao dizer que a gente tem o amor que acha que merece. Falando nisso, espero que sua irmã esteja bem!

Estou bem ansiosa de ouvir você me contar como vai ser na faculdade, por favor, continue me escrevendo quando estiver por lá! Amo a nossa amizade, e mesmo distante de mim, sei que sempre estaremos próximos um do outro. E um dia, quando você menos esperar, eu vou aí te visitar! Quero ouvi-lo falar ao vivo, ouvir a sua risada. E conhecer a Sam, e principalmente o Patrick! Preciso te dizer como o Patrick é INCRÍVEL. Eu sei que você já sabe disso! Mas queria te dizer mesmo assim.

Não vou me estender nessa carta te contando como as minhas amigas são incríveis também, quem sabe na próxima. Mas fica aqui o meu desejo que você fique bem, e saiba que foi por sua causa que, um dia, me senti infinita. Sejamos infinitos, então, sempre, meu amigo!

Com amor,
Sua amiga.






O livro "As Vantagens de Ser Invisível" foi publicado pela editora Rocco. Nele, Charlie conta a sua vida através de cartas para um amigo misterioso - você, leitor, no caso -, durante a sua passagem pelo fim da adolescência. Charlie então começa a deixar de ser invisível, e vence o desafio de tentar ser o protagonista da própria história. O livro foi adaptado para o cinema, com a atuação incrível do Ezra Miller como Patrick, e falei brevemente dele nesse post aqui.

É um livro rápido de ser lido, leve, mas que ao mesmo tempo faz com que a gente reflita profundamente sobre a nossa vida. Adorei, e certamente foi uma das leituras mais prazerosas de 2013 :)

OBS: Essa resenha faz parte do Book Tour promovido pela Revista 21! O livro está rodando o Brasil, e a próxima resenha vocês conferem no blog da Deyse, o Verdade Mal Contada.

Always

Hoje é seu aniversário. Impossível esquecer. E olha, não vamos fazer isso ser sobre você, porque a verdade é que eu sei o aniversário decorado de todo mundo, mas não tem como não te fazer sentir especial. Porque você é. E não é só por tudo que você passou, por tudo que fez e alcançou: é por tudo que você me fez alcançar também.

Esses dias críticos da minha vida, nessa onda de incertezas e uma melancolia que teima em me perseguir, eu me apoio em ti. O simples ato de abrir uma de suas páginas e respirar me faz voltar ao meu centro, ver a vida com mais clareza. Nos piores momentos da minha vida, bastou eu ler algumas palavras vindas de você para que uma calor se acendesse dentro do meu peito. É possível encontrar felicidade até nas horas mais sombrias, se você se lembrar de acender a luz. 

Lembro da minha vida há dois anos, quando estava deitada no chão, de madrugada, chorando, agarrada às suas páginas. Olha, não foi nem você que me fez chorar. Não foi ninguém morrendo, não foi nada disso. Foi simplesmente o desejo que outra pessoa tinha de te ajudar, de como a vida dele só parecia fazer sentido quando vivida lutando ao seu lado, tanto que bastou apenas o seu primeiro chamado para ele ir correndo. E eu chorei, como eu chorei. Rolei de um lado para o outro, como se eu jamais tivesse prestado atenção naquele detalhe. E depois disso, tateei no escuro e vomitei um parágrafo no meu caderno.

Não queria te mostrar isso.
Mas.

Aí vai:

"Sabe quando você está apaixonado, e ama tanto tanto que o amor parece não caber dentro de você, parece transbordar? E você chora, chora copiosamente lágrimas que não tem função definida, são cheias de um sentimento forte, que não é necessariamente tristeza, e muito menos alegria. É uma vazão da enxurrada de sentimentos que não cabem mais dentro de si. É assim que estou me sentindo hoje. Acabei de reler Harry Potter 6. E, por algum motivo que só pode ser amor demais, estou chorando como nunca. Não há como descrever o que eu sinto, é uma sensação sem precedentes de entrega absoluta a… um livro. Mas muito mais do que isso - é o cheiro, o universo, são as lembranças, é a minha vida. Minha adolescência inteira se confundindo na presença de um livro, na espera do próximo. Hoje não há mais o que esperar. Mas mesmo assim, não há a sensação de vazio. Ao invés disso, há um preenchimento absoluto, uma extensão de mim, um amor desmedido, e esquisito, e sem igual. Eu sou completa porque li Harry Potter desde os 10 anos de idade".

Então escrevi os agradecimentos da minha monografia, na qual eu estudei você, e não tinha como não te agradecer. Porque você me agradeceu, Harry, por ter ficado ao seu lado até o fim. E hoje eu te agradeço, por estar ao meu lado, always.


E, no seu dia, toda a felicidade do mundo para você, meu amigo.
(Fanart do artdungeon.net)

Filme: Say Anything

Foi em alguma dessas listas que a gente acaba encontrando pela internet que eu vi (no meio de outros filmes lindos adolescentes do fim da década de 1980 que eu amo) a indicação para esse filme, o primeiro do diretor Cameron Crowe. E como é que eu nunca tinha visto? Só de bater o olho na foto, soube que já tinha visto aquela cena centenas de vezes.

Esse é o Lloyd Dobler, e você vai se apaixonar por ele

Eu sempre gostei de filmes de romance adolescente, sempre. Tanto que meu filme favorito enquanto criança era Pateta o Filme, que focava no romance do Max com a Roxanne (ai, como eu amava esse filme) e  Sonho de Verão, que tinha as paquitas + paquitos + férias. Fui crescendo e continuei nutrindo esse amor por esse tipo de filme meio idiota, mas que no fundo a gente ama, especialmente aqueles mais cocôs que envolvem meninas sem ser populares ficando populares, caras populares que se apaixonam e se tornam legais, caras nerds que são legais e não ficam com ninguém, disputa e triângulos amorosos entre melhores amigos, essas coisas. Óbvio que tem muito filme lixo nesse meio, mas posso afirmar genuinamente que AMO 10 Coisas que eu Odeio em Você, amo com toda a minha vida.

Não sei se sou eu, endurecida pelas horas de trabalho semanais, contas pra pagar e reflexão no trânsito, mas de uns tempos pra cá a coisa desandou. Temos aqueles filmes terríveis de high school com atrizes velhas se fazendo de novas, todos os atores trabalhados na barriga tanquinho, uma mistura chata de câncer ou algo do gênero, e a Amanda Bynes fazendo caras e bocas que um dia era simpática e agora é um monstro. São todos filmes meio com cara de seriado da Disney, com gente pronunciando tudo de forma exagerada e arqueando as sobrancelhas.

Mas é aí que Say Anything é diferente. Primeiro porque a Diane é linda, é legal, mas não é exatamente popular. É o tipo de aluna modelo que aparentemente tem a vida perfeita, faz trabalho voluntário cuidando de velhinhos, ganhou uma bolsa de estudos para uma das melhores universidades da Inglaterra, e mesmo assim é cheia de inseguranças e sente que ninguém a conhece. E aí tem o Lloyd, que é um cara legal, que não tem ideia do que fazer da vida. E, de forma muito muito corajosa, ele decide ligar pra ela e chamá-la para sair. E, simples assim, ela vai. 



O relacionamento que eles constroem é a coisa mais linda, mesmo ela com as horas contadas para se mudar, apavorada do futuro brilhante que está reservado para ela. Quantas noites ela passou acordada estudando, quantas férias perdeu para se dedicar a outros cursos paralelos, quanto ela e o pai investiram nesse sonho? Esse pai, que é o seu maior conforto, que a incentiva a todo momento, que é seu melhor amigo... E que, apesar de ser superficialmente um cara muito legal, obviamente reprova o relacionamento com o Sr. José Ninguém Lloyd, que não vai para a faculdade, que não tem apoio dos pais, que está confortavelmente esperando a sua "dare to be great" chance.

E ao contrário dos filmes que parecem sempre se encostar no momento do climax em que algo irá ficar entre os dois - seja um amigo, seja uma aposta que foi desfeita (gente, QUANTOS filmes são na base de aposta, assim pensando em dois segundos já consigo pensar em, sei lá, dez? Vinte?), seja o pai ciumento, seja o câncer ou a guerra -, o que acontece entre a Diane e o Lloyd é só... a vida. As incertezas de um relacionamento que se inicia logo antes da faculdade, com duas pessoas tão diferentes, como a Diane pode escolher entre ficar com esse homem (um homem, que deixou de ser um cara) que ela tem medo de amar, sua vida tão perfeita desmoronando ao seu redor, e o destino incrível que está reservado para ela na Inglaterra?



Diane Court: Nobody thinks it will work, do they?
Lloyd Dobler: No. You just described every great success story.

Te desafio a assistir ao filme e não terminar amando também o Lloyd Dobler (aqui tem 7 motivos de porque ele é o melhor namorado do mundo, caso você ainda esteja em dúvida), e desejando ser amiga da Diane. E também, como foi que eu esperei até os meus vinte e três anos para descobrir quem era aquele cara tão legal, de sobretudo e aparelho de som em cima da cabeça?

Icaraizinho de Amontada

Estava olhando essas fotos agora e me bateu uma vontade absurda de sair correndo para a praia, viver naqueles dias de livro na rede e areia no pé (falta pouco, chega logo, férias!)

A semana santa desse ano coincidiu com meu aniversário de namoro, então eu e Marcelo Bernardo quebramos a tradição anual da semana santa na serra de Guaramiranga e debandamos para Icaraizinho de Amontada. E o que era para ser uma data especial virou uma data mais especial ainda, por motivos de OLHA ESSA LUA.

Foto - Ingrid e Ícaro Sampaio
(meus amigos que estavam lá também,
e que tem uma câmera muito mais potente que a minha, hahah)
Ficamos hospedados na pousada Les Alizes, e recomendo muitíssimo. O preço é justo, a localização maravilhosa. Do nosso quarto estávamos a metros - m e t r o s - do mar, e passamos as noites embalados pelo som do oceano. O restaurante da pousada também é muito bom, e o ambiente onde são servidas as refeições é literalmente dentro da praia. Vários momentos eu cheguei a duvidar que estava ali mesmo, hahaha, e que esse negócio que eu estou vendo da minha janela é mesmo a praia?










Já pode voltar?

Sobre dia dos namorados, antigos amores e O Hobbit

Ou Eu e o Orlando Bloom, uma história de amor

Eu não comemoro o dia dos namorados com o Marcelo, porque todas as datas comemorativas ficavam concentradas na primeira metade do ano, e de julho em diante ficávamos mais ricos (bom), mas sem ganhar nenhum presente (ruim) até a volta do Natal. Era dívida atrás de dívida entre aniversários, aniversário de namoro e o fatídico dia dos namorados - data que ele nunca gostou, por se tratar obviamente de um feriado capitalista e sem fundamento, mas que eu sempre defendi com unhas e dentes. Porque tinha passado todos os meus longuíssimos 16 anos sozinha nessa data fatídica, e jamais iria aceitar ter um namorado e ter como programação do dia 12 de junho comer brigadeiro (sozinha), assistir filme de comédia romântica (de preferência, Notting Hill) (sozinha) e ir dormir achando que minha vida não tinha lá muito sentido.

Mas depois de muita discussão, ele finalmente me convenceu a abolir essa data do nosso calendário, e colocá-la confortavelmente no fim de Setembro.

Ontem, no dia dos namorados para todo mundo menos para mim, eu estava no trabalho quando me deparei com o novo trailer do Hobbit. Assisti sentindo aquele friozinho na espinha que a gente só sente quando está chorando de vontade de ver um filme que nunca estréia (ou que você sabe que só estréia em Dezembro, mas mesmo assim sofre, por motivos desconhecidos). E foi aí que, em 0:38, meu coração disparou em palpitações.


Porque lá estava o primeiro meu amor.

Vamos lá, todo mundo aos 13 anos tem namorados fictícios, mas minha relação com o Orlando Bloom durou anos da mais pura devoção, mescladas com o mais sincero dos sofrimentos. Juro que não sei o que foi: estava lendo o Senhor dos Anéis, com meus 11 anos, e me apaixonei pelo personagem do Legolas. Perdia tempos da minha vida me balançando na rede, lendo e imaginando aquela pessoa incrível, um elfo, ora vejam só, e fazendo todo um planejamento de como ele deveria ser. Olhos azuis, cabelos loiros, magro, alto… Lindo. Perdia horas e mais horas imaginando a sua voz e como seriam as suas maçãs do rosto, por exemplo.

Até que um dia estava na casa da minha prima e vimos o trailer da Sociedade do Anel. E lá estava ele. Começamos, como duas boas adolescentes, a fazer pesquisas obsessivas. Lembro de estar na casa dela assistindo os extras (isso foi antes de ver o filme? Como pode? Não lembro direito), e de repente o elfo se desfez diante de mim. E detrás daquela peruca incrível loira, e das lentes azuis, estava um cabelo cacheado moicano. Fazendo bungee-jump. Com tatuagem de sol na barriga. Era, como vocês já sabem, o Orlando Bloom.

- minhas fotos favoritas da época -


Como toda boa adolescente, eu tinha centenas de fotos dele, de todos os ângulos possíveis, separadas por pastas (ex: Coleção de Gravatas, caretinhas - juro). Sabia de cor a sua altura, data de nascimento, nome da mãe, da irmã, onde tinha estudado, o que tinha feito. Lembro de chegar para meu pai e pedir pra ele baixar um cd do Bob Dylan, porque era seu preferido, e eu queria que fosse o meu também. Assisti todos os filmes em que participou, mesmo Falcão Negro em Perigo, onde ele só fazia uma ponta. Quando lançou Piratas do Caribe, eu já estava perdidamente apaixonada, faltei desmaiar quando fui pega de surpresa vendo o trailer no meio do cinema, me arrepiei até o último fio de cabelo quando Will Turner surgiu pela primeira vez. Fiquei acordada de madrugada na tentativa de cadastrar um fotolog (aff), e ainda fiz dois: Will Turner e Miss Turner. Entrei para fã clubes.

Mas ah, se fosse só isso. O problema é que eu era uma adolescente solitária e com uma imaginação além do normal, então fantasiava com ligações de telefone, viagens que ele faria para me encontrar, fazendo feira com ele no mercantil (?), ele me buscando no colégio - todo esse tipo de coisa provável e realista. Nossos 13 anos de diferença de idade não significavam nada, e ele podia muito bem ficar amigo do meu irmão. Escrevia páginas e páginas do meu diário declarações de amor para ele, poesias, e todo esse tipo de coisa que parece doentio, mas que  na época parecia super saudável. Eu recebia convites de aniversários endereçados como Gabriela Bloom. Sim, isso aí. E o dia fatídico, o auge do meu amor, quando estava indo para o colégio e fui surpreendida por um outdoor do filme Tróia, bem na frente do portão de entrada. Tão lindo ele, me fazendo surpresas! Chorei (?) quando foram tirar o outdoor, e pedi tanto que o moço acabou tendo o trabalho de recortar a cabeça dele e me entregar. Fui pra casa com um papelão de uma réplica gigantesca do Orlando Bloom debaixo do braço.

A coisa enfeiou quando ele começou a namorar a minha nêmesis, Kate Bosworth. Chorei por dias seguidos e imaginei todos os tipos de desaforo que iria dizer quando tivesse a oportunidade, e depois daí nossa relação nunca mais foi a mesma. Começaram a surgir paquerinhas reais e o amor que eu sentia, agora doído por ele ter me trocado sem mais nem menos por uma loira qualquer, acabou diminuindo. No dia que meu paquera máximo da época me chamou para ver Cruzada no cinema, hesitei por alguns milésimos de segundo (mas vou ver o Orli! Com outro! Meu Deus!), e soube que tínhamos realmente terminado quando fiquei com o menino em questão e sequer prestei atenção no filme. Quase pude ver os olhos dele me reprovando, saindo da tela. Eu estava curada da minha ridícula obsessão por amor.

Anos se passaram e Orlando e eu nunca mais tivemos contato, mas o carinho se mantém. Amei vê-lo em Elizabethtown, me irritei um pouco com a falta de papeis que ele (não) assumiu nesses últimos anos (preguiçoso! Sempre soube), e quis ficar com raiva da Miranda Kerr, mas não deu. Ela é perfeita. Ficou mais linda ainda grávida, e meu coração se encheu de felicidade ao vê-lo, pai, orgulhoso, rindo à toa. Ele tinha encontrado a sua metade, e tudo bem, porque eu também acabei encontrando a minha.

- morro por essa foto da direita -

E no dia dos namorados, assistindo o trailer do Hobbit (que, a nível de nerdeza, o Legolas sequer é citado. O pai dele, Thranduil, é um ponto importante da história, mas ele não aparece. Sei disso porque, obviamente, li com o coração na mão tentando encontrá-lo nos elfos anônimos que cruzavam a Floresta das Trevas), vivi tudo isso de novo. E sorri ao pensar como adolescente é um bicho surreal.

Mas aí era dia dos namorados, paratodomundomenosparamim, e eu assisti o Espetacular Homem-Aranha (pelo menos tinha um personagem do Notting Hill! Spike, amor verdadeiro, amor eterno!), comi um sushi básico e me refastelei no ombro do Marcelo, sentindo o seu perfume (que coincidentemente tem o meu antigo amor como garoto propaganda) e agradecendo por um dia tão bom.

E depois eu fui malhar, porque hoje era dia.


PS.: reli a Sociedade do Anel e não senti nem um pouco o frisson que a mini Pudding de 11 anos sentiu pelo Legolas. Meu amor verdadeiro literário continua sendo o Fred Weasley, e esse eu nunca superei.

Sorteio de Ilustração! Especial Dia dos Namorados


Primeiro sorteio do blog!

Para participar é só:
1. Curtir a página do blog no Facebook
2. Compartilhar a foto da promoção
3. Deixar um comentário nesse post!

O resultado sai no dia 12/06, aqui no blog e no Facebook também :)
Mais moleza do que isso, é só sentar num pudim, hahaha.

Boa sorte!

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Update 12/06

Muito obrigada a todo mundo que participou!
Agora o resultado...

~~~~ tensão ~~~~





Eeeeee!

Se você não foi sorteado, não fique triste! Você sempre pode encomendar uma ilustração (hahaha), e quem sabe não tenha outro sorteio por aqui, né? Fiquem atentos! :)
E muito obrigada por terem participado <3 p="">

Se meu óculos não fosse meio ridículo



Se não fossem minhas cartas para o meu passado ou o meu futuro, que eu pensei que seria muito mais excitante, não fossem os desenhos de mutante, não seria eu. Se não fosse faltar todas as aulas de educação física, ou se eu tivesse o cabelo mais comprido, se meu óculos não fosse meio ridículo, não seria eu. Se o fato é que eu vivo no mundo da imaginação e eu não quero ser igual (mas não me trate mal, eu não sei o que você tem contra mim). Você pode rir da minha calça curta no meio do shopping mas aí que um dia eu decidi fazer moda e tudo bem se eu fosse assim.

Se não fossem os meus trinta espirros seguidos, e os meus rabiscos e desenhos infinitos em todos os papéis, e não fossem as melhores amizades que do tempo se tornaram infiéis.

Se não fosse o Tatau, sendo a pessoa mais incrível que eu já conheci, se não fosse o Garfield, e os meus diários, e a minha naninha, e o mesmo quarto e os meus tios me paparicando na minha avó, se não fosse a psiquiatria e a psicologia e a biologia e o livro na gaveta e os bufadores de chifre enrugado se não fosse a obsessão pelo passado e a minha certeza que algo de incrível ainda vai acontecer,

não seria eu.


Esse é o meme “Capitão Gancho”, inspirado na música de mesmo nome, da querida da Clarice Falcão. Quem inventou foi a Analu, mas quem me indicou foi a Anna. Eu indico a Deborah (sem vídeo, dessa vez!), a Cacá, a Loren, a Alê e a Tany :)

Rio: Bar Luiz

Posso dar uma dica rapidinha do Rio mega atrasada? Hahahah. Estava organizando meus arquivos e não achei somente a foto, como uma ilustração, e aí né, como não postar?



Da última vez que estivemos no Rio, em um dos passeios que meu pai de uma forma ou outra me obriga a fazer, fomos ao Bar Luiz. E olha, não é sempre que esses programas são bons assim, mas dessa vez foi, e muito. O Bar Luiz é um dos bares antiguíssimos cariocas, e tem algo haver com a serpentina do chopp - acho que ela é de cobre? - que faz com que esse seja o mais especial do Rio - diz meu pai. Uma curiosidade é que o nome do bar era Bar Adolph, mas por motivos de nazismo teve que dar uma abrasileirada no nome para se manter aberto durante a guerra.




Mas mesmo sem a serpentina mágica, a comida alemã que ele oferece é incrível. Uma mágica feita de porco, salsichões e chucrute. E a melhor salada de batata do Rio de Janeiro. Bom, não provei muitas saladas de batata no Rio, mas posso dizer que foi a melhor salada de batata que já comi na minha vida.



O Bar Luiz fica na R. da Carioca, n. 39 - Centro.



Goodie #3: Ícones Social Media para Redes Sociais

Esses dias eu estava trabalhando num layout e uma das coisas que a menina me pediu foi que o bendito tivesse os famosos íconezinhos para botar as informações das redes sociais. Acabei procurando uns e dando um jeito no photoshop, mas fiquei na cabeça que ia fazer um especial. E fazendo um especial, era lógico que eu precisava compartilhar com vocês, né?



Fiquei com dúvida nas cores e fiz dois modelos: um bem colorido de aquarela e outro mais ~clean~.
E dos clean, mais algumas versões de cores também, moderninhas e bonitinhas, que eu acho que vão combinar com praticamente todos os layouts :) Se tiverem outras cores que vocês queiram muito, me falem, que eu vejo se faço!



Por favor, se vocês usarem, deixem aqui nos comentários o link do blog! E também não esqueça de deixar os créditos - eu agradeço, muito!


# TGIF



Durante um extenso período da minha vida eu olhei com um certo desprezo para aquelas pessoas que passavam a vida inteira clamando pelo fim de semana. A verdade era que eu, uma estudante, levava uma vida mole e divertida (que na época, naturalmente, me parecia árdua e freqüentemente injusta). Veja bem, passava a semana na escola, sim, mas com minhas amigas, ficando até mais tarde para ver o treino dos meninos do vôlei, conversando por papel, rindo, e fazendo coisas sem sentido que toda adolescente faz. Aí entrei na faculdade, federal, e passei a controlar meus finais de semana e feriado espontâneos no meio da semana.

Dias de chuva viraram feriados para mim, que simplesmente me recusava a perder uma hora dentro de um ônibus (fora o tempo da espera) para chegar no Campus do Pici e dar de cara com uma sala vazia porque o professor teve a mesma idéia que eu - de ficar em casa, alugar um filme, fazer brigadeiro de panela e comer sem culpa. Não me orgulho de dizer que minhas faltas eram freqüentes, mas eram. Não me arrependo.

Até que, um dia, dei por mim e tinha virado adulta, pagando impostos. E minha vida de adulta transformou os raros dias úteis em casa em dias de resolver coisas e ir ao banco, minhas noites antes tão produtivas em momentos para cozinhar e preparar meu almoço do dia seguinte, e o dia-a-dia trabalhador uma tarefa tão maçante quanto eu sempre desconfiei que fosse quando era mais nova.

E foi nesse momento que comecei a marcar as datas dos feriados do ano inteiro no calendário, e literalmente contar os dias para a sua chegada. Não é que eu não goste de trabalhar, o contrário disso, mas é que há um gosto tão delicioso em saber que um dia a mais de folga se aproxima, um dia de folga maravilhoso que você nem ninguém vai trabalhar, e que mesmo assim você vai receber o seu dinheiro, e são mais 24h para descansar e respirar e viver.

Eu gostaria de voltar com o meu discurso tão bem ensaiado que todos os dias são importantes, são lindos e recheados de amor, que as terças conseguem ser especiais. Elas até conseguem, mas não invalidam a maravilha que é uma sexta. Uma sexta. A precursora dos dois dias mais lindos da semana, praticamente feriados fixos, cheios de amor e luz estrela e luar. Porque os sábados são corridos, passam voando, e a gente tem salão para ir, tem coisas para comprar, e finalmente pode acordar tarde e vegetar, se quiser. E os domingos passam felizmente se arrastando, com brigadeiro de panela (para quem pode). Porque as segundas são insuportáveis, mas pelo menos tem reprise de Guerra dos Tronos. As terças são um saco, porque além de tudo, Marcelo Bernardo dá aulas a noite e não vem para cá. As quartas começam com uma disposição mais feliz,  o meio da semana chegou! Amanhã já é quinta! E vem a quinta, com aquele estigma de dia abençoado só por ser o mais pertinho da… Sexta.

Graças a Deus que hoje é sexta.

(e melhor ainda, graças a Deus que quinta que vem é feriado!)
(e não obstante, em junho vamos ter DOIS feriados por causa da Copa das Confederações! De repente, sou grata ao futebol)

(e em julho eu entro de férias!)

A Problemática do Peixe

Ilustração de Charley Harper
Eu sou a pessoa mais alérgica que eu conheço. E isso parece pouco, mas eu sou a pessoa mais alérgica que minha alergologista conhece também. E olha que ela atende muita gente. As banais eu sempre tive: poeira e ácaros, passando por mofo. A mínima exposição perto de uma pluma com mofo já faz com que meu nariz inche, meus olhos ardam e minha garganta coce, e, quando em crise, lá vem a asma. Picada de mosquito coça durante uma semana. Passei todos os anos da minha vida convivendo com isso, mas depois de velha, comecei a desenvolver umas alergias ainda mais estranhas. Calor me dá alergia atrás das pernas (?), e olha só, mussarela de búfala me dá falta de ar.

Eu sempre tive esse medo, esse pressentimento me rondando como uma nuvem: a alergia à frutos do mar. Porque, veja bem, eu sou nascida e criada em Fortaleza, na beira da praia, e aqui é mais comum comer camarão do que, por exemplo, carne de porco. E cara, eu amo camarão. Minha mãe faz uma receita simplérrima de camarão com um molho meio rosé que me faz chorar de tão bom. E um dia, fiz um risoto de camarão que faltei chorar. E não tão frequente, mas também uma realidade, as lagostas que meu pai prepara. Tão perfumadas, nada borrachudas, imersas num molho de queijo, com muita salsinha por cima, gratinados no forno. Ah.

Até que um dia eu descobri que tinha virado alérgica a camarão.
Meu mundo caiu.

Desde então, para poupar minha dor, evitamos sempre restaurantes típicos daqui, especializados em frutos do mar, porque eu não gosto de peixe. Aliás, eu gosto, mas de peixes muito específicos, daqueles que não tem gosto forte de peixe. Pode parecer loucura (até porque um peixe não pode ter outro gosto senão de... peixe), mas eu vou explicar: gosto de sentir o gosto do limão, do tempero, do vinho, do grelhado, do assadinho, mas não do gosto forte de mar. E é muito difícil achar um peixe assim, à toa. Muito mesmo. Então é melhor ficar nas massas, nos filés, e nos sushis (porque eu acho que sushi não tem gosto de peixe, tem gosto de sushi) (não me julguem).

Viajei com Marcelo Bernardo na Semana Santa, e fomos para a praia. Chegando na praia, não tive escolhas senão comer... peixe. Porque é absurdamente incoerente pedir carne, ou FRANGO, na beira do mar. Não vendo aqueles pescadores trazendo seus peixes gigantes nas jangadas. Não.

Só que na hora de pedir, meu coração se contorcia de dor ao olhar o cardápio. Pois, lembrando, eu amo, amo muito!, camarão. E sempre me deparava com as seguintes opções:





Tudo bem, esse cardápio é de um restaurante de Fortaleza, numa realidade completamente diferente de um restaurantezinho no litoral, mas dá pra entender. E aí vinha o peixe: peixe grelhado, peixe com alcaparras, peixada. Quando o lugar é muito, muito criativo, rola um peixe a delícia com bananas, ou um peixe com molho de camarão (ou seja).

Não estou brincando, olhem só a seção de peixes do mesmo lugar, que é um restaurante especializado em frutos do mar:



Eu vivo num mundo em que um peixe não pode ver um molho mais elaborado, senão entra em combustão? Em que é impossível empanar, flambar ou gratinar um sirigado? Ou os pescadores também estão cultivando um campo de alcaparras, e só vendem o pacote? Quão difícil pode ser imaginar um molho para um peixe que não seja de camarão, ou então a bom e velho caldo da peixada?

Eu, como uma impossibilitada de comer camarões e suas respectivas receitas cheias de criatividade, sou obrigada a me contentar com um peixinho grelhado com arroz branco. Todos os dias da semana santa, oscilando apenas entre a presença das alcaparras ou não. E muitíssimo chateada ao ver outros pratos que fariam minhas papilas gustativas dispararem, o Ratatuille soltar fogos. Porque não é que um peixe grelhado com alcaparras seja ruim, longe disso (especialmente se ele for bem temperado), mas é que ele seria tão melhor flambado. Empanado com coco. Servido num molho com queijo. Gratinado! Acompanhado de um risoto!

Vamos dar um tempinho pras alcaparras!
É pedir muito?



PS.: Fica aqui minha indignação pelo Murano Grill, que além de ter tirado o meu peito de peru (amor verdadeiro, amor eterno), também tirou o peixe mais criativo que já comi: com molho de frutas da estação e arroz negro! Murano, por que você faz isso comigo?!

25 anos. Mora no Rio de Janeiro, é carioca de alma, mas cearense de coração. É designer e está tentando se encontrar nesse mundo. Sou casada com meu melhor amigo, o Marcelo Bernardo, e mãe da Dindi the Boston.

Gosto de ler, de dormir de rede, de inspirações repentinas e de petit gateau. Mas o mundo seria muito melhor sem aliche gente que fura fila. Ah, e de vez em quando eu desenho.

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