Resenha: As Vantagens de Ser Invisível



Querido Charlie,

Pensei em diversas formas de como poder explicar ao mundo como nossa "relação" foi especial. Sei que é pretensioso dizer que o que tivemos foi um relacionamento, mas através de suas cartas pude te conhecer melhor - aliás, te conheci muito, meu amigo -, e tem tanto de você nelas que sinto como se estivéssemos um do lado do outro nesse exato momento. Eu sei que você está aí, Charlie.

Devo dizer que, apesar de me sentir feliz ao vê-lo finalmente se encontrar nesse mundo, e se deixar ser encontrado por pessoas incríveis, senti um pouco de inveja. Sei que não é o sentimento mais bonito do mundo, mas ele acontece com alarmante frequencia, especialmente quando se é um pouco mais velgo e começa a ter. E ter passa a ser mais importante que ser. E eu sou, ou pelo menos era, muito solitária. Pelo menos antes de você me provar que eu estava sozinha nesse mundo.

Primeiro porque seus amigos são incríveis (não sei se tive a oportunidade de dizer isso antes, mas sinto muito pelo Michael), e adorei ler sobre o tempo que vocês passaram juntos, desde os momentos mais bestas até os amigos secretos. Queria ter amigos legais assim, especialmente na hora de trocar presentes! (hahaha, eu ainda estou melhorando essa minha mania de ter tudo). E o Rocky Horror Picture Show! Você bem sabe como eu amo musicais. Deve ter sido incrível, e eu realmente queria ter estado lá.

Quer saber de uma coisa, Charlie? Quando eu tinha a sua idade, também tinha amigos incríveis. Mas você sabe como é a vida, e às vezes algumas pessoas ficam para trás, mesmo que a gente se pergunte o motivo disso ter acontecido. E você se vê só. Mas saber da sua vida me fez ter certeza que sim, existe gente incrível nesse mundo, e mais incrível ainda é a sorte que temos de conhecê-las! E a gente não merece menos que estar cercada de pessoas que nos tem amor, seu professor não poderia estar mais certo ao dizer que a gente tem o amor que acha que merece. Falando nisso, espero que sua irmã esteja bem!

Estou bem ansiosa de ouvir você me contar como vai ser na faculdade, por favor, continue me escrevendo quando estiver por lá! Amo a nossa amizade, e mesmo distante de mim, sei que sempre estaremos próximos um do outro. E um dia, quando você menos esperar, eu vou aí te visitar! Quero ouvi-lo falar ao vivo, ouvir a sua risada. E conhecer a Sam, e principalmente o Patrick! Preciso te dizer como o Patrick é INCRÍVEL. Eu sei que você já sabe disso! Mas queria te dizer mesmo assim.

Não vou me estender nessa carta te contando como as minhas amigas são incríveis também, quem sabe na próxima. Mas fica aqui o meu desejo que você fique bem, e saiba que foi por sua causa que, um dia, me senti infinita. Sejamos infinitos, então, sempre, meu amigo!

Com amor,
Sua amiga.






O livro "As Vantagens de Ser Invisível" foi publicado pela editora Rocco. Nele, Charlie conta a sua vida através de cartas para um amigo misterioso - você, leitor, no caso -, durante a sua passagem pelo fim da adolescência. Charlie então começa a deixar de ser invisível, e vence o desafio de tentar ser o protagonista da própria história. O livro foi adaptado para o cinema, com a atuação incrível do Ezra Miller como Patrick, e falei brevemente dele nesse post aqui.

É um livro rápido de ser lido, leve, mas que ao mesmo tempo faz com que a gente reflita profundamente sobre a nossa vida. Adorei, e certamente foi uma das leituras mais prazerosas de 2013 :)

OBS: Essa resenha faz parte do Book Tour promovido pela Revista 21! O livro está rodando o Brasil, e a próxima resenha vocês conferem no blog da Deyse, o Verdade Mal Contada.

  1. Que texto mais lindo, amiga! Isso é que é uma resenha (cofcof).
    Esse livro realmente é lindo, e eu também sou totalmente apaixonada pelo Patrick, ainda mais ele tendo a carinha fantástica do Ezra! <3
    Te amo!!

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  2. Assisti o filme e li dezenas de resenhas do livro depois. A sua foi a primeira que me deu vontade de ler, ficou íntimo, ficou gostoso de ler. ^^ Também gostei muito desse projeto da Revista, vou passar a acompanhar.

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  3. Nunca li uma resenha tão linda pra esse livro, a forma com que foi escrita foi perfeita e genial! Tá perfeita! ):
    Eu amo esse livro, amo o Charlie e amei a resenha!
    Beijos!
    http://literallypitseleh.blogspot.com.br/

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  4. Chorei. Chorei. Chorei. Já comecei chorando porque você começou essa resenha com a tatuagem que eu tenho no braço e ai. Que me desculpem os outros, mas eu tenho um amor tão grande por esse livro que não tá nem escrito. Tá lindo Couth, lindo mesmo (:

    beijos

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  5. Que lindo, Gabi!
    Quero ler esse livro também. Comprei o filme, mas ainda não assisti pq quero ler o livro primeiro, rs. Já ouvi falar muito bem dele.

    Beijos!

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  6. OMG, resenha em forma de carta.... combinou com o livro. Só faltava mesmo ter escondido o nome do livro no título do texto e só citá-lo a final, no rodapé.
    >>Emilie Escreve

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  7. Meu Deeus, adorei a forma que você fez a resenha! To quase indo na estante e pegando meu exemplar para ler :')

    Beijos, boa semana!
    www.procurei-em-sonhos.com

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  8. Vi o filme é me apaixonei.
    Que maravilha de carta que você fez para o Charlie. Quero ler o livro para também me sentir próxima de Charlie. Foi um personagem que me perturbou por dias.

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  9. Acabei de terminar AVdSI e senti uma enorme vontade de procurar por uma resenha de outra pessoa, acabei caindo através de uma pesquisa e não fiquei menos que maravilhada pela carta ao Charlie de sua autoria. Parabéns! Favoritando site para futuras visitas. Beijos.

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  10. Eu simplesmente ADOREI, me senti a própria amiga do Charlie ♥

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  11. Nossa, você disse tudo o que eu senti quando acabei de ler o livro.
    De todas as resenhas que eu li, a sua simplesmente me encantou! Parabéns

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25 anos. Mora no Rio de Janeiro, é carioca de alma, mas cearense de coração. É designer e está tentando se encontrar nesse mundo. Sou casada com meu melhor amigo, o Marcelo Bernardo, e mãe da Dindi the Boston.

Gosto de ler, de dormir de rede, de inspirações repentinas e de petit gateau. Mas o mundo seria muito melhor sem aliche gente que fura fila. Ah, e de vez em quando eu desenho.

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