Criando Moda - Parte II

Nesta loucura excepcional que está o fim de semestre, eu estava louca para vir aqui postar... Como eu tinha comentado na Parte I, os alunos do curso de Estilismo e Moda estão promovendo um desfile, que vai acontecer essa quinta-feira.

Eu estou participando como criadora (dois looks meus irão desfilar), e também ajudando a produzir o desfile, na cadeira de Produção de Moda. Começamos a organizar o evento praticamente há duas semanas, e está todo mundo doido correndo para que dê certo. Mas para que minhas roupas pudessem estar prontas, vários obstáculos aconteceram...

1. A Costureira

Foi um fim do mundo achar uma costureira. Saí pegando o telefone de vááárias costureiras que o pessoal da faculdade conhecia, mas não sei bem o porquê, tô pra conhecer uma costureira que GOSTE de trabalhar. Liguei pra várias e ouvi variações da mesma resposta: "Olha... não dá tempo, não..." "Eu estou com muita dor nas costas e não vou poder..." "Pra que dia? Ah... Não... Não dá certo..." tudo isso com voz de preguiça/má vontade.

Até que meu amigo, meu querido, minha grande aquisição dessa Bolsa, Davi Sombra me indicou a Dona Fátima. Liguei, ela chorou um pouquinho - "ahh... mas não sei... é pra que dia mesmo? Não sei se vai dar..." - e consegui ir lá conversar com ela.

Tudo bem, apesar de ter um rosto amigável e expressão meio confusa, ela me pareceu confiante. E do jeito que eu estava, qualquer pessoa que tivesse máquina de costura e tivesse disposta a fazer os looks, eu tava no lucro.

Precisei ficar ligando para a D. Fátima milhares de vezes, e toda vida ela arrumava alguma desculpinha (essas costureiras...). Resultado: ela foi deixar para fazer a peça dois dias depois do prazo que eu tinha dado, quando teve mais de duas semanas para fazer. A D. Fátima é uma costureira cheia de experiência, e tipo, eu sabia que se ela sentasse por um dia ela terminava. Então fui lá fazer pressão.
Cheguei lá e ela me olha com cara de: quem é você?
- Sou eu, a Gabriela, das peças.
- Hm?
- Do desfile da faculdade.
- AAHH, Cláudia! Lembro de você! Sente aí, Raquel.

Não sei qual o problema de memória recente, mas o fato é que em três horas e u fui chamada de TODOS OS NOMES que existem. Enfim. Contanto que minhas peças estivessem prontas para a prova, ela podia me chamar do que quisesse.

2. As Modelos

A faculdade arranjou uma parceria com uma agência de modelos de Fortaleza. Não vou me estender no motivo, mas tornou-se necessário conseguir modelos convidadas.

Tive que fazer uma chantagem emocional para minha prima desfilar para mim, enquanto uma amiga dela aceitou numa boa e foi super fofa e simpática o tempo todo durante a prova (Carla, se você estiver lendo isso, obrigada!). E Glenda, obrigada também por ir!

3. O Outro Trabalho

Então tudo bem, quando tudo estava indo de vento em popa, eu lembrei que tinha que fazer OUTRO TRABALHO da mesma cadeira. Porque não basta passar um trabalho gigantesco e colocar nas nossas mãos a organização do desfile, a prof. tinha que passar MAIS COISAS. (Marta, se você estiver lendo isso, sem ressentimentos, eu ainda adoro você). Inclusive fichas técnicas.

Vocês não devem saber, mas as fichas técnicas são enviadas do demo, as PIORES COISAS DO MUNDO do design de moda. Elas e cadeiras chamadas como "Tecnologia da Confecção".

Então lá fui eu, com a cabeça cheia de coisa, transpor a coleção Conceitual para uma coleção Comercial. Cada croqui feito era um parto, mas deu tudo certo, deu tudo certo. E ah, Irena, se você estiver lendo isso, obrigada pela sua ilustração! Foi um detalhe que fez toda a diferença. Depois eu mostro como ficou.

4. O Tule

Eu estava super alegre achando que estava com tudo sob controle, quando lembrei que o que a D. Fátima tinha feito era só a BASE dos meus looks. Ainda faltava colocar quilos e mais quilos de tule em tudo. Sorte que eu nasci de uma mãe que sabe costurar (mãe, se você estiver lendo isso, eu te amo), então ela num instante fez o que eu levaria 3 meses para fazer.

E o Tatau (Tatau, se você estiver lendo isso... Deixa de ser ridículo! Pára de dormir com a lingua de fora!) ainda se esfregou no tule todo, mordeu um pedaço, passeou por aí com uma fantasia. Ou seja: meus looks foram abençoados pelo Amor Canino.

5. Os Acessórios

Então, num belo dia de sol, minhas amigas começam a conversar sobre os acessórios que elas iam usar no desfile. Então eu chego em casa e digo: "mãe! Ninguém pensou nos acessórios!" e ela diz, com a maior calma do mundo: "Bom, eu tinha pensado, só não tinha falado para você".

As pessoas tem habilidades. Tem quem consiga tocar violão, tem quem consiga cozinhar, tem quem consiga montar peças de bijuteria. Eu tinha uma noção nítida do que eu queria (um maxi-colar de tecido com pedrarias), fui lá, comprei as pedras e... Ficou ridículo.

Mas tudo bem, porque acabou que deu certo como uma Head-band super legal. Acidental, mas super legal. Eu tinha tirado fotos pra fazer um DIY, mas... Enfim.

6. Lembrar de tudo isso no dia do Desfile

É isso aí pessoal. O dia se aproxima, e a minha lista de coisas para levar começa a se descontrolar. Estou num período de quase-morte-surto até o dia 3/12, com trabalhos para apresentar, vou chegar lá na Arquitetura 13h da tarde, vai ser horrível/ótimo, etc.

E você, que leu isso até o fim, obrigada!
E você, que além de ter lido isso até o fim, se morar em Fortaleza, por favor, vá ver o fruto desse trabalho!

Dia 02/12, às 19h, no Museu da UFC (Benfica - perto da Arquitetura).
Entrada Franca e Coquetel!

  1. queria ir... tira foto pra quem morar longe poder ver? e boa sorte :] vai dar tudo certo :]

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  2. Também queria ir. :\ (acho que já comentei isso em algum lugar. deve ter sido no orkut)

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  3. hahaha, muito bom mostrar como acontece as coisas (e como você se sente fazendo as coisas acontecerem) aposto que deve ter ficado tudo muito lindo!

    Beijos, Bella.

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25 anos. Mora no Rio de Janeiro, é carioca de alma, mas cearense de coração. É designer e está tentando se encontrar nesse mundo. Sou casada com meu melhor amigo, o Marcelo Bernardo, e mãe da Dindi the Boston.

Gosto de ler, de dormir de rede, de inspirações repentinas e de petit gateau. Mas o mundo seria muito melhor sem aliche gente que fura fila. Ah, e de vez em quando eu desenho.

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